1) Pragmatismo, Cognição e Linguagem: desafios contemporâneos à racionalidade

Linha de pesquisa: Linguagem e Cognição Financiador: CNPq e UFAL Docentes: Marcos Antonio da Silva Filho

Descrição: O objetivo da pesquisa é desenvolver uma perspectiva pragmatista para se fundar a racionalidade, em geral, e a natureza da necessidade lógica, em particular. Isto será desenvolvido a partir do exame crítico de textos e problemas filosóficos de autores influentes desta tradição e suas críticas à tradições rivais. Esta estratégia nos ajudará a desenvolver nossa compreensão da centralidade da normatividade, acordos e jogos para se explicar a objetividade do discurso, assim como a natureza da cognição e da linguagem. É importante enfatizar que um paradigma filosófico todo está sendo desafiado neste, digamos, construtivismo social ou pragmático. O representacionalismo e o referencialismo está sendo rejeitado. A racionalidade não deveria ser pensada em termos de atos de uma entidade imaterial isolada consumindo e manipulando representações, mas como uma capacidade ou habilidade especial de alguns animais de se engajarem deontologicamente, ou seja, em termos de proibições e autorizações, em trocas permanentes e dinâmicas com o meio ambiente e com outros animais com a mesma capacidade. Neste horizonte, a discussão semântica sobre o significado de nossos conteúdos mentais e de alguns signos em nossa linguagem pode (e deve) ser desmistificada. A ênfase da nossa proposta não está em cálculos matemáticos "monológicos", mas na esfera antropológica e multi-agente, ou seja, social, em essência de nossas práticas discursivas. Assim a tradicional abordagem formalista da lógica deveria ser substituída pela investigação de práticas discursivas usadas em línguas naturais, assim a linguagem é vista como uma prática social e não como um objeto estritamente matemático. A semântica deve ser baseada em termos de significados na medida em que estes são fixados pelo uso de agentes racionais. O paradigma da associação de coisas com expressões simples, ou seja, o paradigma da representação, é substituído pelo paradigma que examina o que nós fazemos em nossas práticas para estabelecer esta associação, ou seja, há um deslocamento da noção de representação para a discussão de acordos práticos no uso de alguns instrumentos e construções abstratas. A discussão clássica sobre crenças, conteúdos mentais e o “know that” teórico deve ser substituída pela investigação de habilidades e capacidades a serem treinadas em ambientes de educação e pelo “know how” prático.