Série temporal do consumo de refrigerante/ suco artificial entre os adultos no Brasil: 2007 a 2014

Autora: Silvany Barros Olímpio Epifânio

Data da defesa: 22/03/2018

Banca examinadora:

Profª Drª Giovana Longo Silva - orientadora/presidente

Profª Drª Risia Cristina Egito de Menezes - examinadora

Profª Drª Maria Alice Araújo Oliveira - examinadora

Resumo geral:

O aumento na ingestão de bebidas açucaradas tem sido relacionado à epidemia de obesidade e outras doenças crônicas não transmissíveis. Estudos conduzidos em diversos países evidenciaram aumento no consumo de tais bebidas no decorrer dos anos analisados, gerando dessa forma, preocupação para os governantes e pesquisadores no campo de saúde pública o andamento desta tendência. Nesse contexto, e considerando a inexistência de estudos de tendência sobre o tema no Brasil, torna-se importante investigar o padrão de consumo de destas (refrigerantes/suco artificial) entre os adultos brasileiros, uma vez que o reconhecimento do problema é fundamental para o desenvolvimento de ações/ políticas públicas voltadas para seu controle. Diante do exposto, foram elaborados um capitulo de revisão de literatura e um artigo original. O capítulo de revisão aborda o histórico de surgimento de bebidas açucaradas no Brasil e no mundo, a epidemiologia com ênfase em dados nacionais e internacionais, os fatores associados ao consumo, bem como as consequência causadas pela ingestão elevada destas bebidas. O artigo original teve por objetivo analisar a tendência temporal do consumo de refrigerante/suco artificial. Trata-se de um estudo transversal, com adultos brasileiros com 18 anos ou mais, utilizando dados do sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico entre os anos de 2007-2014. A tendência temporal do consumo anual foi avaliada por meio de Regressão Linear. As análises da prevalência e fatores associados ao consumo de refrigerante/ sucos artificial em 5 ou mais na semana incluiu aspectos sociodemográficos e comportamentais, estas foram investigadas por meio da Regressão de Poisson, sendo calculadas as razões de prevalências e seus respectivos intervalos de confiança (C95%). Adicionalmente, no aspecto quantitativo de ingestão, calculou-se a média da intensidade do consumo semanal de tais bebidas. Verificou-se declínio (32,7%) no consumo de refrigerantes/suco artificial entre os adultos no período analisado. Os fatores associados ao desfecho foram significativamente maiores entre os adultos do sexo masculino, com 18-29 anos, residentes das regiões centro-oeste, sudeste e sul, com menor escolaridade, que trabalhavam e assistiam tv mais de 3 h/dia. O modelo explicativo final indicou que ser do sexo masculino, ter idade entre 18 a 59 anos, ser residente das regiões desenvolvidas no país, estar trabalhando na ocasião da pesquisa e assistir TV por 3 horas ou mais por dia permaneceram como fatores associados ao consumo excessivo de BA. No tocante a intensidade de consumo, esta mostrou-se elevada, com em torno de um copo/latinha por dia são consumidos pela população. Esses resultados, reforçam a necessidade da implementação de estratégias/ politicas publicas voltadas para controle/ diminuição do consumo de bebidas açucaradas no Brasil.
Palavras-chave: Refrigerantes, Sucos artificiais, Obesidade, Adulto, Brasil.

Trabalho completo disponível em PDF.