Saúde mental, segundo a condição de (In)Segurança Alimentar: estudo de base populacional em mulheres do estado de Alagoas

Autora: Rosália de Lima Barbosa

Data da defesa: 30/05/2017

Banca examinadora:

Prof. Dr. Haroldo da Silva Ferreira - orientador

Profª Drª Ana Paula Grotti Clemente - examinador

Profª Drª Maria Cícera dos Santos de Albuquerque - examinador

Resumo geral da dissertação:
O direito a uma alimentação adequada está incluído na Constituição Federal e sua violação impõe às famílias dificuldades e/ou incertezas quanto ao acesso regular e permanente a uma alimentação saudável, estabelecendo-se uma situação de Insegurança Alimentar e Nutricional INSAN. É associada fortemente com a pobreza e iniquidades sociais, sendo plausível supor que represente um fator de risco para o desencadeamento de Transtornos Mentais Comuns (TMC), sobretudo em mulheres, devido à sua posição habitual em se responsabilizar pela alimentação do dia-a-dia da família. O estudo teve como objetivo investigar a associação entre a INSAN e TMC. Estudo transversal com amostra probabilística de 3.216 mulheres, representativa das mulheres de 20 a 49 anos de idade do e stado de Alagoas. A variável independente, INSAN, foi identificada com base na Escala Brasileira de Insegurança Alimentar. A variável dependente, TMC, foi definida com base no instrumento Self-Reporting Questionnaire (ponto de corte 7/8). As covariáveis analisadas para controle de fatores de confundimento foram as socioeconômicas (escolaridade, zona de domicílio, tipo de ocupação, material e quantidade de cômodos, classe econômica, benefício do programa bolsa família, renda familiar, mulher como chefe do domicílio, mulher no mercado de trabalho, chefe de família sem renda e tipo de serviço de saúde que utiliza), demográficas (idade e número de filhos), ambientais (tratamento da água consumida) e de saúde (histórico de aborto, índice de massa corporal e tabagismo). Utilizou-se como medida de associação a razão de prevalência e respectivo intervalo de confiança de 95% (IC95%), calculados por regressão de Poisson com ajuste robusto da variância. Na análise bruta, as variáveis que apresentaram associação com até 20% de significância (p<0,2) foram submetidas à análise multivaríavel. Após exclusão paulatina das variáveis não significantes (método backward stepwise), só permaneceram no modelo final aquelas com p<0,05. A prevalência de TMC foi de 47,9%, enquanto que 57,8% das famílias apresentaram algum grau de INSAN. Após o ajuste de fatores de confundimento, as que permaneceram associadas à variável dependente foram: estar em insegurança alimentar, residir em zona rural, com escolaridade inferior à 7 anos, ter idade inferior ou igual a 35, viver em domicílio de taipa, fazer uso de serviço público de saúde, ter sofrido, além de fazer uso de tabaco. Espera-se que os resultados encontrados proporcionem meios para o fortalecimento das políticas públicas da INSAN, visto sua associação com os TMC em mulheres, podendo, assim, permitir o pleno desenvolvimento do potencial humano.

Palavras-chave: Transtornos mentais. Saúde Mental. Estado nutricional. Epidemiologia.

Trabalho completo disponível em breve.