Transição nutricional: perfil antropométrico das crianças menores de cinco do Estado de Alagoa

Autora: Sandra Cristina Moraes Luciano

Data da defesa: 24/04/2008

Banca examinadora:

Prof. Dr. Haroldo da Silva Ferreira – FANUT/UFAL - orientador

Prof. Dr. Cláudio Fernando Rodrigues Soriano - UNCISAL - examinador

Profª Drª Telma Maria de Menezes Toledo Florêncio - UFAL - examinadora

Resumo Geral:

A presente Dissertação teve por objetivo caracterizar o estágio atual da transição nutricional em Alagoas. Para isso, realizou-se um estudo transversal envolvendo amostra probabilística representativa das crianças menores de 5 anos do Estado (n = 1386). Para apresentação dos resultados foram elaborados artigos. O primeiro, denominado “Transição nutricional em Alagoas (Brasil): prevalências de desnutrição e obesidade em menores de 5 anos já são equivalentes” e teve por objetivo determinar as prevalências de desnutrição e obesidade entre as crianças da população alvo. O indicador para desnutrição foi o déficit (Z < - 2) de altura-para-idade e para obesidade o excesso (Z > 2) de peso-para-altura. Os dados de referência antropométrica foram os da Organização Mundial de Saúde-2006. A prevalência de desnutrição foi de 10,3% (n=144) enquanto a de obesidade foi de 9,7% (n=135). Concluiu-se que a prevalência de desnutrição infantil vem se reduzindo de forma importante no Estado, enquanto que, paralelamente, crescem os números relativos à obesidade. Considerando a margem de erro amostral admitida para o estudo (em torno de 1,6%), pode-se assumir que as duas condições prevalecem com idêntica magnitude sobre as crianças alagoanas. Tais resultados enfatizam a importância da manutenção das ações destinadas ao controle da desnutrição, mas também a necessidade de implantação e/ou expansão das medidas de prevenção e controle da obesidade na população estudada. O 2º artigo, denominado “Prevalência e fatores associados ao déficit estatural em crianças do estado de Alagoas”, teve por objetivo identificar os principais fatores associados à ocorrência da desnutrição. Por meio de visitas domiciliares coletaram-se dados antropométricos, demográficos socioeconômicos e de saúde. O déficit estatural (estatura-para-idade < -2 Z) foi a variável dependente. A análise bivariada envolveu o teste do Qui-quadrado de Pearson e como medida de associação à razão de chances (Odds ratio) para um intervalo de confiança de 95%. Todas as variáveis foram submetidas à análise de correlação linear simples de Pearson (r). Visando eliminar o problema da colinearidade, quando duas variáveis apresentavam alto grau de correlação (r > 0,7) apenas uma delas era selecionada para, juntamente com as demais variáveis, serem submetidas a análise de regressão linear múltipla. Na análise bivariada se associaram à baixa estatura (p<0,05): número de compartimentos da casa menor que 4, ausência de água encanada no domicílio, água para consumo não tratada, domicílio não ligado a rede de esgoto, 3 ou mais membros na família, menos de 3 itens de consumo, renda per capita menor que R$50,00 e escolaridade materna menor que cinco anos, ocorrência de diarréia, anemia, tosse, baixo peso ao nascer, não freqüência a creches, idade materna ≤16 anos) quando do nascimento do primeiro filho, baixa estatura materna (≤153,4 cm) e o número de filhos maior que três. Na análise multivariada, apresentaram-se como variáveis significativamente associadas ao déficit estatural: número de itens de consumo < 3, estar com de diarréia no dia da entrevista, baixo peso ao nascer, residir em domicílio que não fosse de alvenaria, morar em habitação sem esgotamento sanitário (rede de esgotos ou fossa) e não ter acesso a outro tipo de serviço de saúde que não o público. Tais achados devem ser considerados pelos gestores quando do planejamento de ações destinadas à promoção da saúde de mães e crianças no estado de Alagoas.

Palavras-chave: Desnutrição; Antropometria; Estado nutricional; Nanismo Nutricional; Transição Nutricional.

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