Equações antropométricas para estimativa da massa muscular esquelética apendicular de idosas

Autora: Piettra Moura Galvão Pereira

Data da defesa: 23/03/2012

Banca examinadora:

Prof. Dr. Amandio Aristides Rihan Geraldes – FANUT/UFAL - orientador

Prof. Dr. Adriano Eduardo Lima Da Silva - FANUT/UFAL - examinador

Prof. Dr. Edio Luiz Petroski - UFSC - examinador

Resumo Geral:

Durante o envelhecimento, são observadas mudanças nos componentes morfológicos do organismo humano, dentre elas, a diminuição na massa muscular esquelética e consequentemente da força, é comumente denominada sarcopenia. A sarcopenia apresenta-se como fator de risco para surgimento de doenças, incapacidades funcionais e mortalidade por todas as causas. Visando contribuir com a discussão do problema, esta dissertação apresenta três artigos: uma revisão da literatura com descrição dos métodos de medição da massa muscular esquelética in vivo, considerando-se as alterações nos componentes corporais, relacionados ao envelhecimento; o segundo artigo refere-se a realizar validação cruzada das equações antropométricas para estimativa da massa muscular apendicular de Baumgatner et al. e Tankó et al. em mulheres idosas. Dentre uma população de 500 idosas, selecionou-se, randomicamente, 84 sujeitos com as seguintes médias de idade, massa corporal e estatura: 67,91 (±6,43) anos, 64,09 (±10,19) kg e 1,51 (±0,06) m. A absortometria radiológica de dupla energia foi adotada como medida critério. A normalidade e homogeneidade foram verificadas pelos testes de Kolgomorov-Smirnov e Levene, Para a realização da validação cruzada os resultados da massa muscular apendicular verificado através das duas equações utilizadas foram comparados com a massa muscular apendicular medida pelo método critério, com auxílio do teste t. Adicionalmente, foram analisados os coeficientes de regressão e determinação e calculados os erros: padrão de estimativa, constante e total, foi considerado o nível de significância de p<0,05. A quantidade de massa muscular apendicular estimada pelas equações de Baumgatner et al. e Tankó et al. diferiram da medida critério (p<0,001, 0,001), ainda assim, foram observadas elevadas correlações entre os métodos (0,84 e 0,80) e baixos erros padrão da estimativa (1,32 e 1,46), respectivamente. A equação de Baumgatner et al., apresentou maior erro constante (-7,87) e total (7,98) do que os observados na validação cruzada a equação de Tankó et al. (erro constante=-0,52 e total=1,53). Diante dos resultados observados, conclui-se que as equações propostas por Baumgatner et al. e Tankó et al. não são válidas para utilização em idosas com características semelhantes a amostra utilizada nesse estudo. E por fim, o terceiro estudo refere-se ao desenvolvimento e validação cruzada de equações antropométicas para estimativa da massa muscular apendicular em idosas. A amostra foi composta por 101 voluntárias que, com idades entre 60 e 89 anos, foram selecionadas randomicamente. A absortometria radiológica de dupla energia foi adotada como referência. A normalidade e homogeneidade foram verificadas pelos testes de Kolgomorov-Smirnov e Levene, Análises de regressão linear múltipla foram realizadas para o desenvolvimento dos modelos de regressão, a realização da validação cruzada os resultados da massa muscular apendicular verificado através das equações desenvolvidas foram comparados com a massa muscular apendicular, obtida através da DXA, com auxílio do teste t. Adicionalmente, foram analisados os coeficientes de regressão e determinação e calculados os erros: padrão de estimativa, constante e total. Para todos os cálculos considerou-se o nível de significância de p<0,05. Foram desenvolvidos 10 modelos de regressão, entretanto, somente duas equações atingiram todos os critérios de validação adotados. Dentre as duas equações válidas, a equação: MMA= 2,855 + 0,298 x [Massa corporal(kg)] + 0,019 x [Idade(anos)] - 0,082 x [Circunferência do quadril(cm)] + 0,400 x [Circunferência do antebraço direito-(cm)] - 0,332 x [Índice de massa corporal(kg/m2)] atingiu os melhores resultados, sendo capaz de explicar 74% da variação na MMA estimada pelo método critério, com um erro padrão de estimativa de 1,36kg e coeficiente de variação da regressão de 9%. Os resultados sugerem que as equações desenvolvidas podem ser aplicadas como uma técnica de fácil aferição e elevada validade para estimativas da massa muscular apendicular em idosas do com características semelhantes as da amostra desse estudo.

Palavras-chave: Envelhecimento, Sarcopenia, Funcionalidade, Composição Corporal.

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