A inadequação do índice de massa corporal como marcador de obesidade e prevalência de doenças em idosas
Data da defesa: 18/01/2013
Banca examinadora:
Prof. Dr. Amandio Aristides Rihan Geraldes – FANUT/UFAL - orientador
Prof. Dr. Adriano Eduardo Lima da Silva - FANUT/UFAL - examinador
Profª Drª Flávia Accioly Canuto Wanderley - CESMAC - examinadora
Resumo Geral:
Objetivos: além de discutir as associações entre o índice de massa corporal (IMC) e os resultados dos pós-operatórios de cirurgia vascular do miocárdio em adultos de meia idade e idosos (as duas populações mais acometidas pelas doenças cardiovasculares), esse estudo investigou a adequação do IMC como marcador de obesidade em idosas. Para tal fim, essa dissertação apresenta-se divida em duas partes, a primeira representada por um artigo de revisão (Art. 1) e a segunda (Art.2) por um de resultados. Metodologia do Art. 1: para a realização do artigo de revisão, realizou-se uma revisão sistemática, utilizando-se as bases de dados: PubMed, Scielo e Science Direct. Durante a revisão, foram recuperados os artigos escritos em português e/ou inglês, publicados nos últimos dez anos (2002 – 2012). Na grande maioria dos estudos encontrados, o IMC, expresso pela razão entre a massa corporal e o quadrado da estatura (kg/m²), foi estratificado em seis categorias: baixo peso (IMC≤ 18,5 kg/m²), eutrófico (IMC= 18,6-24,9 kg/m²), sobrepeso (IMC= 25-29,9 kg/m²), obesidade I (IMC= 30-34,9 kg/m²), obesidade II (IMC= 35-39,9 kg/m²) e obesidade III (IMC≥ 40 kg/m²). Metodologia do Art. 2: as relações e a adequação entre dois pontos de corte (PC) de IMC mais utilizados para a avaliação do estado nutricional de idosos referenciados na literatura: OMS (≥30kg/m²) e Lipschitz (>27 Kg/m²) e o percentual de gordura (%G), foram investigados em uma amostra de 449 idosas. Para o cálculo do %G, utilizou-se uma equação de regressão específica para a população estudada. Para a determinação da adequação dos dois PC de IMC, utilizados para a classificação e diagnóstico da obesidade, utilizou-se a curva ROC (Receiver Operator Characteristic Curve), considerando-se um intervalo de confiança de 95%. Resultados do Art. 1: Dos 24 artigos selecionados durante a revisão, 18 (75%) evidenciaram associações positivas entre o sobrepeso e/ou obesidade e uma maior sobrevivência pós-cirurgia cardíaca, dando suporte à existência do paradoxo da obesidade. Resultados do Art. 2: A sensibilidade e a especificidade dos valores de pontos de corte do IMC, utilizando-se como critério o %G verificado através da equação específica, foram respectivamente: 33,17% e 100% para o PC proposto pela OMS (IMC≥30 Kg/m²) e 55% e 90% para o PC proposto por Lipschitz (IMC>27 Kg/m²). Conclusão do Art. 1: as evidências levantadas durante a revisão apontam para um possível efeito reverso do sobrepeso e/ou obesidade em pacientes pós-cirúrgicos com doenças cardíacas. Conclusão do Art. 2: os resultados deste estudo evidenciaram baixas sensibilidades para ambos os pontos de corte investigados: OMS e Lipischitz. Entretanto, o ponto de corte encontrado na pesquisa: ≥23kg/m² apresentou alta sensibilidade (92%) e boa especificidade (67%).
Palavras-chave: Envelhecimento; IMC; Obesidade; Ponto de corte.