Situação de (in)segurança alimentar e nutricional em índios Karapotó da aldeia Plak-ô, São Sebastião, Estado de Alagoas

Autora: Maria de Cássia de Oliveira Melo

Data da defesa: 30/04/2009

Banca examinadora:

Profª Drª Maria Alice Araújo Oliveira – FANUT/UFAL - orientadora

Profª Drª Sandra Mary Lima Vasconcelos - FANUT/UFAL - examinadora

Prof. Dr. Luiz Sávio de Almeida - UFAL - examinador

Resumo Geral:

O trabalho teve como objetivo avaliar a situação de (in)segurança alimentar e nutricional da população indígena Karapotó da aldeia Plak-ô, localizada no município de São Sebastião, estado de Alagoas, Brasil. Discute-se a problemática enfocando aspectos referentes à fome, pobreza, desigualdade social, políticas públicas, segurança alimentar, direito humano à alimentação, situação de (in)segurança alimentar e nutricional na população brasileira e indígena, além de apresentar o contexto sobre os índios alagoanos e a etnia Karapotó. O estudo foi observacional com desenho transversal, realizado com todas as 90 famílias da etnia Karapotó residentes na aldeia Plak-ô. Foram analisados dados demográficos, socioeconômicos, de (in)segurança alimentar e nutricional e estado nutricional das crianças menores de 10 anos (n=73). A insegurança alimentar foi avaliada, através da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) e de entrevistas com integrantes da comunidade. Para classificar o estado nutricional foram utilizados os índices peso para idade (P/I), peso para estatura (P/E) e estatura para idade (E/I), expressos em valores de escore Z. A maioria das famílias possuía um padrão socioeconômico muito baixo, caracterizado por alto percentual de analfabetismo e baixa renda. A prevalência de insegurança alimentar (IA) entre as famílias foi de 90% sendo maior entre aquelas com menores de 18 anos (93%). Famílias sem renda fixa e com mais de quatro membros apresentaram maiores chances de IA. As falas dos Karapotó revelaram que a fome é frequentemente vivenciada. A prevalência de desnutrição entre as crianças foi de 8,2% e sobrepeso de 6,9% para o indicador P/I.  Quanto ao P/E as prevalências encontradas foram de 1,4% de desnutrição e 5,5% de sobrepeso, enquanto que para o indicador E/I foi encontrado 12,3% de déficit nutricional. No modelo de regressão linear as variáveis explicativas para o estado nutricional através do índice E/I foram idade da criança, escolaridade da mãe e número de cômodos da casa. A prevalência de desnutrição foi elevada, comparada aos estudos nacionais, porém o sobrepeso e a obesidade também se apresentam como problema de saúde pública nas crianças estudadas, acompanhando a mesma tendência da transição nutricional no Brasil e no mundo. Esta situação indica a necessidade urgente de ações direcionadas à garantia dos direitos humanos deste povo por parte do Estado, respeitando suas opiniões, usos, costumes e tradições.

Palavras-chave: Segurança Alimentar e Nutricional; Índios Sul-Americanos; Inquéritos Nutricionais

Trabalho completo em pdf.