Data da defesa: 18/11/2014

Banca examinadora:

Prof. Dr. Claudio Torres de Miranda – FANUT/UFAL - orientador

Profª Drª Rosane Lowenthal - INPD-INCT - examinadora

Profª Drª Sandra Mary Lima Vasconcelos - FANUT/UFAL - examinadora

Resumo Geral:

As mudanças ocorridas no comportamento da população, decorrentes de adventos da modernidade refletiram no perfil social, no perfil nutricional e de saúde de toda a população. As crianças vivenciam novos conflitos sociais e familiares, questões ligadas à situação socioeconômica e violência, o que torna os indivíduos vulneráveis a problemas de saúde mental. A saúde mental das crianças é, historicamente negligenciada, no entanto, entende-se que este é um fator primordial para que o seu crescimento e desenvolvimento aconteçam de maneira satisfatória, o acesso ao aos serviços de saúde que atenda o indivíduo de modo integral, é, muitas vezes um desafio para as famílias. Viver em situação de privação pode alterar a capacidade da criança de ter estímulo e condições cognitivas para superar a pobreza, essa por sua vez, acomoda na vida do ser humana sentimento de tristeza e incapacidade, que podem evoluir, dando origem à doença mental. A alimentação adequada, em quantidade e qualidade compõe o contexto de cuidados básicos e essenciais para o indivíduo, o acesso e o bom aproveitamento do alimento. Assim, conhecer o estado nutricional dos escolares torna-se fundamental para nortear as políticas públicas relacionadas aos problemas nutricionais, porém ainda são escassos os estudos que avaliam as associações prováveis entre características nutricionais e outros fatores, como a saúde mental, principalmente, entre os escolares de instituições públicas e privadas de ensino, sobretudo em Alagoas. Essa dissertação tem por objetivo analisar os fatores associados a problemas de saúde mental em escolares nascidos em 2002 e 2003, assim como, verificar possíveis associações com o estado nutricional de escolares do ensino fundamental das redes pública e privada de Maceió. Para isso, apresenta-se um capítulo de revisão de literatura e um artigo original cujo objetivo foi investigar a prevalência de problemas de saúde mental e as suas associações com o estado nutricional dos escolares. O estudo foi transversal, sendo esse trabalho, um subproduto da pesquisa que teve como desfecho de interesse a obesidade, estimada em 9,7%. Os sinais de problemas de saúde mental foram determinados por meio do SDQ e o perfil antropométrico, de acordo com o padrão da WHO-2007, onde o déficit estatural foi estabelecido por um escore Z < – 2 do índice Altura-para-Idade, e a obesidade foi definida pelo o índice de massa corporal-para-idade > escore -z +2. Os dados foram submetidos à análise bivariada e a medida de associação utilizada foi a razão de prevalência e respectivo IC 95%, obtida através da regressão de Poisson com ajuste robusto de variância. As associações ou diferenças significativas foram assumidas quando p≤0,05. Foram estudadas 1.151 crianças com idades entre 9 e 11 anos, sendo 588 (56%) da escola pública e 462 (44%) da privada. A prevalência de problemas de saúde mental foi de 29,2%, sendo significantemente superior nos alunos da pública (31,6% vs. 217,7%; RP=1,88; IC95%=1,31; 2,97). Não houve associação estatisticamente significante entre estado nutricional e saúde mental dos alunos, apresentando como resultado p>0,05. Foi observado que as crianças que vivem em famílias monoparentais, apresentam maior número de sintomas que sugerem uma doença mental, na maioria das subescalas. Portanto, considerando a situação de saúde mental dos escolares avaliados, percebe-se a urgência de políticas públicas específicas, capazes de prevenir, diagnosticar e tratar dessas enfermidades ressaltando, a necessidade de desenvolver ou até redimensionar as ações existentes com foco na melhoria da qualidade de vida desse seguimento populacional.

Palavras-chave: Saúde Mental; Crianças; Estado Nutricional; Escolares.

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