Prevalência e fatores associados à insegurança alimentar e nutricional nos municípios do norte de Alagoas
Data da defesa: 02/09/2011
Banca examinadora:
Prof. Dr. Haroldo da Silva Ferreira – FANUT/UFAL - orientador
Profª Drª Maria de Fátima Machado de Albuquerque - FAMED/UFAL - examinadora
Profª Drª Juliana Souza Oliveira - UFPE - examinadora
Resumo Geral:
A Insegurança Alimentar e Nutricional (INSAN) é um problema complexo que envolve desde aspectos psicológicos (como o medo de faltar alimentos no domicílio), a utilização de estratégias que visam o não comprometimento da quantidade de alimentos (muitas vezes, sacrificando a qualidade das refeições) até a experiência concreta de passar fome. A INSAN é uma condição que viola os direitos do ser humano, em especial, o direito a uma alimentação adequada e está associada a uma má qualidade de vida, predispondo os indivíduos e suas famílias a uma série de agravos nutricionais. Essa dissertação se propõe a abordar a questão da INSAN por meio de uma revisão da literatura e pela apresentação de um artigo original, qual teve por objetivo identificar a prevalência e os fatores associados à insegurança alimentar e nutricional em famílias residentes nos municípios do norte de Alagoas. Trata-se de um estudo de desenho transversal, envolvendo amostra probabilística de 1.444 famílias. A avaliação da situação de (In)segurança Alimentar e Nutricional foi procedida pela aplicação da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). De acordo com a EBIA, 63,7% (n=919) famílias se encontravam em INSAN, sendo que a forma grave acometeu 205 famílias (14,2%), a moderada 336 famílias (23,3%) e a leve 378 famílias (26,2%). A INSAN nas famílias aqui estudadas superou a média observada em 2009 para o território nacional (30,2%), para a região Nordeste (46,1%) e para o estado de Alagoas (37,1%). As variáveis que se apresentaram independentemente associadas à INSAN (Regressão Logística Múltipla) foram: o fato do chefe da família ter escolaridade igual ou inferior a quatro anos de estudo (p<0,0001), ser do sexo feminino (p=0,029), estar inscrito em programas de transferência de renda (p=0,008), bem como ter maior número de membros em casa (p=0,045) e deter de condições insatisfatórias da água para beber (p<0,0001). Portanto, considerando que estar em segurança alimentar e nutricional é um direito humano, ratifica-se a necessidade de que os Governos priorizem políticas e ações que alterem essas variáveis de forma favorável a reduzir a elevada prevalência de INSAN encontrada e, assim, melhorar a qualidade de vida dessa população.
Palavras-chave: segurança alimentar e nutricional, escolaridade e fatores socioeconômicos.