Prevalência e fatores associados à insegurança alimentar e nutricional

Autora: Narithania de Souza Costa

Data da defesa: 22/03/2016

Banca examinadora:

Prof. Dr. Haroldo da Silva Ferreira – FANUT/UFAL - orientador

Profª Drª Risia Crisitina Egito de Menezes - FANUT/UFAL - examinadora

Profª Drª Sabrina Joany Felizardo Neves - ESENFAR/UFAL - examinadora

Resumo Geral:

A alimentação adequada constitui um dos direitos humanos básicos, o qual torna-se indispensável para a garantia de todos os outros direitos e ao pleno exercício da cidadania, abrangendo aspectos que não se limitam apenas ao acesso aos alimentos, mas também ao próprio contexto em que os indivíduos e as comunidades estão inseridas. A dificuldade de acesso regular e permanente aos alimentos por uma parte relevante da população determina uma situação de insegurança alimentar e nutricional (INSAN), fenômeno complexo e multidimensional que se desenvolve como um processo contínuo e diferenciado em etapas, que vão desde a preocupação de que venha faltar comida para a família, até mudanças qualitativas na alimentação e a fome propriamente dita. Visando contribuir com a discussão dessa problemática, realizou-se a presente dissertação, a qual está constituída de um capítulo de revisão da literatura e um artigo original. Este teve por objetivo verificar a prevalência e os fatores associados à INSAN moderada e grave (M+G) em famílias da população materno-infantil do estado de Alagoas. Trata-se de um estudo transversal com amostra probabilística de 3.260 famílias. As variáveis independentes que se associaram a um nível de p<0,2 (qui-quadrado) foram submetidas a análise multivariável de dois níveis hierárquicos. No ajuste final, só permaneceram as variáveis com p<0,05 em seus respectivos níveis. A prevalência de INSAN foi de 58,5%, sendo 25% moderada e grave. Os fatores significantemente associados foram, em relação ao chefe da família: “ser do sexo feminino (RP: 1,27; IC95%: 1,12; 1,44)”, “ter raça/cor diferente de branca (RP: 1,16; IC95%: 1,00; 1,34)”, “possuir escolaridade ≤4 anos (RP: 1,27; IC95%: 1,12; 1,45)”e “não possuir qualquer renda (RP: 1,25; IC95%: 1,04; 1,50)”; Relativos à família: “renda ≤1 salário mínimo (RP: 1,55; IC95%: 1,36; 1,77)”e “ser beneficiária de programa do governo (RP: 1,79; IC95%: 1,53; 2,11)”; E referentes ao domicílio: “material de construção diferente de alvenaria (RP: 1,99; IC95%: 1,43; 2,73)”, “tipo de ocupação diferente de próprio (RP: 1,30; IC95%: 1,15; 1,47)”, “quantidade de cômodos ≤4 (RP: 1,26; IC95%: 1,08; ,46)”, “número de pessoas ≥4 (RP: 1,48; IC95%: 1,28;1,72)”e “água para beber diferente de mineral (RP: 1,94; IC95%: 1,54; 2,44)”. A prevalência de INSAN em famílias alagoanas pertencentes à população materno-infantil mostrou-se superior à encontrada para população brasileira, para o Nordeste e, também, para a maioria dos demais estados da Federação. Todos os fatores associados à INSAN M+G estão relacionados ao menor poder aquisitivo e maior vulnerabilidade social, demonstrando a necessidade de reforçar a manutenção e fortalecimento das políticas públicas voltadas a garantia da Segurança Alimentar e Nutricional.

Palavras-chave: Segurança alimentar; Fatores de risco; Fatores socioeconômicos.

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