(In)efetividade do programa nacional de suplementação de ferro: fatores relacionados aos gestores municipais, aos profissionais de saúde e à população beneficiária

Autora: Luana Carolina de Medeiros Paiva Ribeiro

Data da defesa: 19/12/2011

Banca examinadora:

Prof. Dr. Haroldo Da Silva Ferreira – FANUT/UFAL - orientador

Prof. Dr. Bernardo Lessa Horta - UFPel - examinador

Profª Drª Telma Maria de Menezes Toledo Florêncio - FANUT/UFAL - examinadora

Resumo Geral:

A anemia é uma carência comum em todo o mundo, sua principal causa, a deficiência de ferro, é a deficiência nutricional mais prevalente no mundo. Foram estudados doze municípios da região Norte do estado de Alagoas, tendo por objetivo investigar a prevalência de anemia em gestantes e crianças e investigar as razões da (in) efetividade do Programa Nacional de Suplementação de Ferro (PNSF). A coleta dos dados ocorreu em três módulos: população beneficiária do PNSF, crianças de 6 a 18 meses e gestantes – coletas amostra de sangue e realizada a dosagem de hemoglobina para avaliar a prevalência de anemia no grupo; gestor do programa, coordenador do PNSF no município; e por fim, profissionais de saúde que atuam na atenção básica. Em todos os módulos foram aplicados questionários elaborados na pesquisa seguindo o Manual do PNSF. Foram entrevistadas 1.446 famílias, totalizando uma amostra de 6.446 indivíduos residentes nos municípios do Norte de Alagoas. Do total de indivíduos, 90 eram gestantes, 157 crianças na faixa de 0 a 60 meses. A prevalência de anemia em gestante foi de 46,8%, não houveram casos de anemia grave, 41,8% foram de casos de anemia leve e 5,1% de anemia moderada. Nas crianças de 6 a 60 meses, a prevalência de anemia foi de 51,7%, 39,4% de anemia leve, 9,8% de anemia moderada e 2,5% de crianças com anemia grave. Nas gestantes não houveram fatores de riscos significativos. A idade da criança foi fator significativo para ocorrência de anemia, os menores de um ano possuem oito vezes mais chances de estarem anêmicos que crianças maiores de um ano. Os questionários do PNSF nas gestantes e crianças demonstraram pouco conhecimento sobre o programa, a importância da suplementação e informações sobre alimentos fontes de ferro, bem como alimentos que interfiram na absorção do ferro, positiva ou negativamente. Os coordenadores do PNSF são na maioria profissionais da área da saúde (90%) que atuam em outros programas no município, metade atuam também no programa de suplementação de vitamina A, os demais atuam na atenção básica ou fora dela e uma coordenadora atua na merenda escolar. O envolvimento com todas as atividades do PNSF ocorre com apenas dois dos coordenadores.  As causas da ineficiência do programa para os coordenadores: a falta de interesse da população; a falta do suplemento; falta de capacitação da equipe de saúde e falta de supervisão na execução do programa. Os profissionais de saúde acreditam que o PNSF não tem sido eficiente: falta do suplemento; falta de interesse da população; falta de interesse dos gestores federais e/ou locais; falta de capacitação das equipes; falta de profissionais de saúde com compromisso com os objetivos do programa. Tanto os coordenadores quanto os profissionais de saúde responsabilizaram a falta de sucesso do programa aos beneficiários e a falta de do suplemento, como os dois pontos mais citados. Apesar da importância da orientação nutricional para o PNSF a minoria da população recebeu esse tipo de orientação. Sugere-se a partir deste estudo que haja sistematicamente um Programa de Orientação Alimentar à equipe do Programa de Saúde da Família visando aumentar o acesso da população a informação adequada e direcionada ao combate dessa carência nutricional.

Palavras-chave: Programa Nacional de Suplementação de Ferro; anemia; estratégias de combate; gestante; crianças pré-escolares.

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