Fatores associados à síndrome metabólica em mulheres quilombolas de diferentes contextos epidemiológicos – Alagoas

Autora: Arenilda Calixto Beserra

Data da defesa: 20/12/2011

Banca examinadora:

Prof. Dr. Haroldo da Silva Ferreira – FANUT/UFAL - orientador

Prof. Dr. Bernardo Lessa Horta - UFPel - examinador

Profª Drª Telma Maria de Menezes Toledo Florêncio - FANUT/UFAL - examinadora

Resumo Geral:

O aumento da frequência das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) decorrente de alterações nos perfis socioeconômico, demográfico e dietético da população, tem sido descrito em diversos países, inclusive no Brasil. Essas são responsáveis pela maior parcela das despesas hospitalares do Sistema Único de Saúde e tem sido ressaltada a importância de se entender como essas doenças podem ser influenciadas por fatores modificáveis, tais como o estilo de vida. Diante do exposto, esta dissertação objetivou, a partir da identificação dos fatores associados à SM em pessoas do mesmo sexo e etnia, mas submetidas a diferentes contextos epidemiológicos, contribuir para uma melhor compreensão do problema e, assim, permitir às instituições de saúde pública a promoção de ações de saúde mais adequadas ao enfrentamento do problema. Trata-se de um estudo transversal envolvendo amostra constituída por todas as mulheres na faixa etária de 18 a 59 anos de duas comunidades quilombolas do de Alagoas que se distinguissem como a melhor e a pior comunidade em termos de acesso à estrutura de serviços públicos e indicadores socioeconômicos e de saúde. Foram coletados dados demográficos, antropométrico, de saúde, bioquímicos, condições ambientais de moradia, dados socioeconômicos (renda familiar, classe econômica), situação de segurança alimentar e nutricional e taxa metabólica de repouso. De acordo com os resultados a variável baixa escolaridade, o analfabetismo, a renda mensal família ≤ ½ salário mínimo, o tipo de moradia diferente de alvenaria, a falta de acesso a água de boa qualidade, a inadequação na destinação dos dejetos e o enquadramento na classe econômica E apresentaram maior chance de ocorrência (p<0,05) nas mulheres da comunidade Tabacaria do que naquelas do Povoado Cruz. Diferenças estatisticamente significativa entre as comunidades foram observadas para as variáveis Colesterol total (p<0,001), Triglicerídeos (p<0,001) e Taxa Metabólica de Repouso (p=0,04). O número de mulheres acometidas por um ou mais componentes da SM foi mais prevalente no Povoado Cruz (69,4%) em relação a Tabacaria (63,8%), e apresentaram como fator mais prevalente, respectivamente, a hipercolesterolemia e a obesidade abdominal. Portanto, as condições ambientais relacionadas à qualidade de vida parecem interferir na prevalência de fatores de risco associados à SM em indivíduos de mesma etnia.

Palavras-chave: doenças cardiovasculares, estilo de vida, fatores socioeconômicos. 

Trabalho completo indisponível.