Fatores associados à prevalência de anemia em crianças menores de cinco anos no Estado de Alagoas, Brasil

Autora: Regina Coeli da Silva Vieira

Data da defesa: 22/11/2007

Banca examinadora:

Prof. Dr. Haroldo Da Silva Ferreira – FANUT/UFAL - orientador

Prof. Dr. Pedro Israel Cabral De Lira - UFPE - examinador

Prof. Dr. Francisco José Passos Soares - UFAL - examinador

Resumo Geral:

Considerando a importância epidemiológica da anemia como problema de saúde pública no Brasil e, em especial em Alagoas, elaborou-se a presente Dissertação, na qual o tema é abordado a partir da apresentação de dois artigos. O primeiro, de revisão, teve por objetivo sistematizar os resultados de estudos em crinaças brasileiras publicados nos últimos 10 anos, de modo a propiciar estimativas de prevalência conforme os diferentes cenários onde foram ralizados: creches/escolas (ESC), serviçoes de saúde (Sal), populações em iniqüidades (INI) e estudos de base populacional (POP). Os resultados dos 35 artigos selecionados estão assim apresentados: prevalência média ponderada (amplitude); razão de chances, tendo os dados do POP como referência (intervalo de confiança a 95%), foram ESC: 52,0% (35,0% a 68,8%); 1,21 (1,11-1,33), SAU: 64,5% (55,1 a 89,1%); 2,19 (1,90-2,53), INI: 66,2% (47,5 a 96,4%); 2,03 (1,87-2,21) e POP: 47,2% (22,2 a 55,6%) com P < 0,0001 para todas as comparações (X2). Chamou a atenção o fato da prevalência observada entre INI ter sido semelhante à encontrada em SAU, ambas significativamente superiores à observada nos estudos de POP, menor prevalência média, (p<0,05). A prevalência média aferida no contexto de ESC, embora inferior a dos SAU, situou-se significativamente acima da verificada nos estudos de maior abrangência populacional (p<0,05), sugerindo que os profissionais desses espaços precisam implementar estratégias de atenção ao problema. A partir desses dados, conclui-se que a anemia continua a representar um grave problema de saúde pública neste País. O segundo baseado em resultados de investigação conduzida no estado de Alagoas, denominado Prevalência e fatores associados à anemia em crianças do estado de Alagoas, Brasil, foi elaborado a partir de dados obtidos no contexto de um projeto intitulado “Diagnóstico de saúde da população materno-infantil do estado de Alagoas”. Teve por objetivo conhecer a prevalência e os fatores de risco associados à anemia em crianças do estado de Alagoas. Consistiu em estudo transversal com amostra probabilística das crianças de 6 a 60 meses do Estado. Por meio de inquérito domiciliar, coletaram-se informações demográficas, socioeconômicas, antropométricas e de morbidade. A prevalência de anemia foi de 45,0%. O nível de Hb se correlacionou à idade (r=0,44; P<0,01). A prevalência máxima ocorreu na faixa etária de 6 a 12 meses (75,2% RC=13,9; IC95%=6,5-27,9). A análise multivariada identificou-se as seguintes variáveis associadas à anemia: idade da criança< ou igual 36 meses (P=0,012), diarréia nos últimos 15 dias (P=0,011), não suplementação com retinol (P=0,027), domicílio com cinco ou mais pessoas (P=0,032) e menor estatura materna (P=0,044). A prevalência de anemia apresentou magnitude que caracteriza como importante problema de saúde pública. Não somente as precárias condições socioeconômicas explicam esses resultados, mas também a deficiência na assistência à saúde, características que devem nortear as políticas públicas de prevenção e controle.

Palavras-chave: anemia; anemia nutricional; pré-escolares; hemoglobina; epidemiologia; análise multivariada.

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