Baixa estatura, obesidade abdominal e fatores de risco cardiovascular em mulheres de baixa renda

Autora: Revilane Parente de Alencar Brito

Data da defesa: 19/12/2007

Banca examinadora:

Profª Drª Maria Eliete Pinheiro – UFAL - orientadora

Profª Drª Celina Maria Costa Lacet - UNCISAL - examinadora

Profª Drª Sandra Mary Lima Vasconcelos - FANUT/UFAL - examinadora

Resumo Geral:

Estudos populacionais sobre estado nutricional demonstram que o excesso de peso apresenta-se como grave problema de saúde pública nas sociedades afluentes e nos países em desenvolvimento, particularmente em mulheres pertencentes aos grupamentos menos privilegiados de populações urbanas. Pesquisas sustentam a hipótese de associação entre baixa estatura (um marcador de desnutrição no início da vida) e obesidade, sugerindo que a desnutrição pregressa possa ser fator de risco para morbidades na fase adulta. Com o propósito de estudar esta associação em populações marginalizadas, este estudo descreve aspectos sobre a correlação entre baixa estatura, obesidade abdominal e o aparecimento de fatores de risco para doença cardiovascular em mulheres residentes em uma área de baixa renda de Maceió-AL. Para investigar esta hipótese, 160 mulheres com obesidade abdominal e idade entre 18 e 45 anos, foram categorizadas em quartis de estatura. Foram avaliados os parâmetros sócio-demográficos, antropométricos e bioquímicos. As comparações foram realizadas entre as mulheres situadas no primeiro quartil com as do quarto quartil de estatura. A análise dos dados foi realizada com auxílio do SPSS versão 13.0. Verificou-se que as mulheres com baixa estatura (BE) apresentaram um menor nível de escolaridade (p<0,05) e médias de RCQ significativamente superiores (0,89+ ou – 0,07 vs 0,86+ ou -0,06, p=0,008) às mulheres com estatura normal. Nas mulheres de BE a chance de ser hipertensa foi 05 vezes superior àquelas situadas no maior quartil de estatura (odds ratio 5,27; IC 95% 1,05-26,4). Na medida em que o IMC aumentou a BE apresentou uma relação inversa e significativa com PCRus, glicemia, insulinemia, resistência à insulina (HOMA IR) e uma menor função das células beta pancreáticas (HOMA%B). A síndrome metabólica foi mais prevalente nessas mulheres quando comparadas às mulheres com excesso de peso e estatura normal. Concluindo-se, as mulheres do BE apresentaram uma maior prevalência de fatores de risco cardiovascular como excesso de peso, hipertensão, resistência à insulina e síndrome metabólica quando comparado às mulheres situadas no quarto quartil de estatura.

Palavras chave: Desnutrição; Obesidade; Coração – Doença; Saúde Pública; Hipertensão.

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