Mel de abelhas nativas e africanizadas do Estado de Alagoas: composição química, segurança microbiológica e atividade terapêutica

Autora: Alysson Wagner Fernandes Duarte

Data da defesa: 30/04/2009

Banca examinadora:

Profª Drª Ana Maria Queijeiro López – IQB/UFAL - orientadora

Profª Drª Giselda Macena Lira - FANUT/UFAL - examinadora

Profª Drª Lúcia Maria Conserva - UFAL - examinadora

Resumo Geral:

A criação racional de abelhas é uma das atividades agropecuárias mais promissoras, visto que é essencialmente familiar e auto-sustentável, pois auxilia na manutenção e recuperação do meio ambiente através de seu papel na polinização e garante renda ao produtor que emprega nela a sua família. O mel é o principal produto dessa atividade, sendo gerado por abelhas melíferas - nativas ou africanizadas. Sua composição química é bastante variada, dependendo principalmente da origem floral, entomológica e geográfica. O propósito deste trabalho foi avaliar qualidade do mel de diferentes origens entomológicas do Estado de Alagoas, na estação das secas de 2008/09, por meio de parâmetros físico-químicos e microbiológicos, além de conhecer suas prováveis ações antioxidante e antimicrobiana. Para tanto, coletou-se 43 amostras de méis (14 de Apis mellifera, 22 de M. scutellaris, 03 de M. quadrifasciata, 02 de M. subnitida e 02 de Plebeia sp.) em diferentes municípios alagoanos. Em relação aos parâmetros físico-químicos, avaliou-se o conteúdo de glicídios redutores, glicídios totais, sacarose aparente, umidade, condutividade elétrica, pH, acidez, teor de proteínas totais, concentração de prolina, hidroximetilfurfural e atividade diastásica. Em relação à atividade antioxidante avaliou-se quantitativamente e qualitativamente o conteúdo de fenóis e flavonóides totais, captura do radical 2,2-difenil-1-picril-hidrazil (DPPH), além do método de redução do Fe3+ → Fe2+ (método FRAP). Avaliou-se, ainda, a segurança microbiológica dos méis através da detecção de esporos de Clostridium sp., além do perfil antibacteriano e antifúngico dos diferentes méis. Foi utilizado o teste não paramétrico de Kruskal Wallis a 95 % de probabilidade (p< 0,05), pois os dados não apresentaram distribuição normal, realizando-se, ainda, a correlação de Spearman a 95 % de significância, p<0,05 e 99% de significância, p<0,01. No tocante aos parâmetros físico-químicos, apenas condutividade elétrica e sacarose não apresentaram diferença estatisticamente significativa (p<0,05) entre os méis das distintas espécies de abelhas. Em relação à atividade antioxidante, os méis de A. mellifera apresentaram ação superior do que os das nativas, exceto no caso dos méis de Plebeia sp., que se destacaram em uma série de parâmetros em comparação com o das demais abelhas nativas. Verificou-se, ainda, que os méis de abelhas nativas apresentaram maior atividade antimicrobiana em relação aos méis de A. mellifera. Portanto, a ação antibacteriana provavelmente se deve ao efeito sinergístico da alta concentração de íons H+ (baixo pH), glicídios (potencial osmótico) e compostos fenólicos que se ligam às unidades glicídicas formadoras de sua parede celular, inviabilizando sua adequada proliferação.

Palavras-chave: Mel de abelhas, Meliponicultura, Parâmetros Físico-Químicas, Atividade Antioxidante, Atividade Antimicrobiana, Clostridium sp, M. scutellaris, M. quadrifasciata, M. subnitida e Plebeia sp.

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