Campus Arapiraca comemora três anos contribuindo para o desenvolvimento regional

No próximo dia 16 de setembro, o Campus Arapiraca completa três anos de criação. Durante esse período, a Ufal desenvolveu pesquisas e ações de extensão que têm contribuído para o desenvolvimento local em várias áreas.

28/08/2009 11h46 - Atualizado em 13/08/2014 às 06h52
Inauguração do campus em 15 de setembro de 2006

Inauguração do campus em 15 de setembro de 2006

A importância da descentralização dos investimentos em educação superior é comprovada pelo estímulo socioeconômico verificado com a implantação do Campus Arapiraca e os Polos Penedo, Palmeira dos Índios e Viçosa, dando uma nova dinâmica ao cotidiano das comunidades onde as atividades acadêmicas são instaladas, além de permitir o acesso à universidade para jovens que não teriam condições de se deslocar à capital.

Dália Maria dos Santos, 18 anos, fera no curso de Enfermagem é um exemplo. O sonho dela sempre foi fazer um curso na área de saúde, mas a dificuldade para morar em Maceió a fez mudar de ideia. Com pai mecânico e mãe costureira, ela conta que seria difícil para a família mantê-la estudando no Campus Maceió. “Com a instalação do Campus Arapiraca, eu pude me candidatar para Enfermagem. Espero absorver bem os conteúdos e me tornar uma boa profissional”, disse Dália.

Rafaela de Souza, 20 anos, é outra estudante que só pôde entrar na universidade graças ao Campus Arapiraca. Ela é casada, professora de jovens e adultos, e o marido é mecânico. “Estou fazendo Agronomia e espero contribuir com o desenvolvimento da região e também alcançar meu crescimento profissional”, destaca.

O Campus Arapiraca está repleto de relatos emocionantes de jovens que tiveram a oportunidade de realizar um sonho. Raphael Klewdson Ferreira, 19 anos, aluno de Educação Física, filho de uma professora e de um profissional autônomo, também conta que a família não teria condições de mantê-lo estudando na capital. “Agora eu posso garantir meu diploma e crescer profissionalmente. O campus no interior significa desenvolvimento para toda essa região”, ressalta o universitário.  

Elton Junior Siqueira, 18 anos, prestou vestibular para Química. “Minha mãe é professora e meu pai agricultor. Eu moro em Craíbas e levo trinta minutos para chegar a Arapiraca e só pago um real e alguns centavos. Se eu fosse para Maceió levaria umas duas horas e gastaria oito reais. É muito bom ter um campus próximo porque envolve não só Arapiraca, mas todas as microrregiões do agreste” ressaltou.

E não são apenas os mais jovens que encontraram no Campus Arapiraca a oportunidade de cursar a universidade. Pregentino Severino de Souza tem 46 anos, é um veterano no campus e já está no 7° período de Agronomia. “Eu tenho orgulho de estar na faculdade, e me sinto tão jovem quanto meus colegas”, ressalta.

Setor imobiliário vive explosão em Arapiraca

E não é apenas na área acadêmica que os efeitos da interiorização da Ufal são sentidos. Em matéria publicada no início do ano pela Gazeta de Alagoas, o delegado do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) em Arapiraca, Pedro Romualdo, declarou "A vinda da Ufal foi o começo de um ciclo. Uma grande expectativa foi gerada aqui na cidade, porque as instituições de ensino superior influenciaram para que as pessoas de fora dessem um voto de credibilidade a Arapiraca", declarou. "A verdade é que a vinda de grandes grupos empresariais para a cidade é um efeito colateral da Ufal. E isso trouxe muitos profissionais de fora para a cidade", concluiu o corretor.

Campus Arapiraca é destaque em pesquisas

No livro "Educação Superior no Brasil e Diversidade Regional", lançado ano passado pela Editora da Universidade Federal do Pará, organizado por Vera Lúcia Jacob Chaves e João dos Reis Silva Júnior, há um capítulo escrito pelos professores Maria das Graças Medeiros Tavares e Rodrigo de Araújo Ramalho Filho, ambos doutores da Ufal, tratando da expansão da Ufal para o interior de Alagoas. O texto dos professores avalia os avanços da democratização do acesso ao ensino superior representado pelo Campus Arapiraca, apontando aspectos positivos e negativos da interiorização.

Também no ano passado, o trabalho científico "Otimização do Alinhamento de Seqüências de rDNA 16S utilizando Grid Computacional baseado em Bag-of-Tasks", fruto dos programas PIBIC, recebeu o Prêmio de Melhor Trabalho Científico no Brazilian School on Bioinformatics – evento Internacional de Bioinformática promovido pela Sociedade Brasileira de Computação em Santo André - São Paulo.

 

O trabalho foi apresentado pelo professor  Marcelo Costa Oliveira, do curso de Computação do Campus Arapiraca e doutor em Informática Médica, em co-autoria com o professor Felipe Sarmento. Além dos professores Marcelo Costa e Felipe Sarmento, e  dos alunos Thiago Lins do Nascimento e Pedro Augusto Almeida Ayres, do curso de Ciência da Computação do Campus Arapiraca, o trabalho teve colaboração do professor Tiago Gomes, doutor em Fisiopatologia Médica.

 

Agora em agosto, o professor de Arquitetura e Urbanismo do Campus Arapiraca, Márcio André Araújo Cavalcante, foi aprovado para o Doutorado em Engenharia Civil pela Universidade de Virginia, nos Estados Unidos. Márcio André é engenheiro civil, mestre em Engenharia Civil, com ênfase em Estruturas, pela Universidade Federal de Alagoas, e além de ministrar aulas no curso de Arquitetura e Urbanismo do Campus Arapiraca, desenvolve pesquisas para a Petrobrás.

 

“São muitos exemplos de que viemos garantir inclusão social, desenvolvimento socioeconômico para a região e excelência no ensino, pesquisa e extensão”, comemorou a reitora Ana Dayse Dorea.

 

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