Atleta paralímpica da Ufal conquista ouro nos Jogos Universitários

Estudante de Biblioteconomia foi a única representante feminina de Alagoas

08/08/2017 11h00 - Atualizado em 22/11/2021 às 09h05
Érica Ferro conquistou ouro dos 200m medley

Érica Ferro conquistou ouro dos 200m medley

Ascom Ufal

No final do mês de julho, a aluna do curso de Biblioteconomia da Ufal, Erica Ferro, participou da 2ª edição dos Jogos Paralímpicos Universitários, em São Paulo, organizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) em parceria com a Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU). Ela ganhou medalha de ouro nos 200m medley e bronze nos 100m costas.

A estudante, única representante da Ufal nos jogos e única representante feminina de Alagoas, ainda garantiu a 5ª colocação na prova dos 50m livre. Ela conta que suas marcas só não foram melhores devido a uma indisposição horas antes da competição. Ao falar dos resultados, Érica, portadora de uma síndrome rara, a Moebius, que afeta diretamente a face, relembra as dificuldades que enfrentou até aqui e como o esporte mudou sua vida.

“Passei muitos anos da minha vida fechada pra o mundo, com medo das pessoas e evitando passar por situações de discriminação. O que me fez vencer todos esses traumas foi a natação. O esporte me salvou e me levou a um mundo que eu não conhecia. . Eu conheci outras pessoas com deficiência nas competições que participei e vi que eu não era a única a passar por dificuldades e nem seria a última. Percebi que eu não tinha que me esconder nem ter vergonha de mim, porque não havia nada de errado comigo. A sociedade que estava errada em ditar padrões de normalidade. Não tem nada de ruim em ser deficiente. O ruim não é a deficiência, é a desinformação da sociedade para com as pessoas com deficiência e a falta de acessibilidade, não só em questões arquitetônicas”, relatou.

Como atleta, Érica é uma incentivadora do esporte para pessoas portadoras de deficiência. “Meu desejo é que mais pessoas com deficiência conheçam alguma modalidade esportiva, se exercitem e, se possível, participem de algum evento, para se permitirem ir além dos limites impostos pelas condições físicas e/ou pelas condições sociais”, enfatizou.