Serviço Social comemora 60 anos em Alagoas

Conquistas e desafios foram expostos ao analisar a contribuição da Ufal na história do curso

03/04/2017 17h34 - Atualizado em 04/04/2017 às 11h00
Prédio de Serviço Social (Fotos: Thiago Prado)

Prédio de Serviço Social (Fotos: Thiago Prado)

Rose Ferreira – jornalista colaboradora

Ao longo de seis décadas são muitas histórias de lutas, conquistas e contribuições. O ensino de Serviço Social em Alagoas começou em 1957, na Escola Padre Anchieta, e ganhou projeção com a criação do curso de graduação na Ufal. Desde a formação da primeira turma, na década de 70 até os dias atuais, a Universidade tem deixado sua marca no empenho à estruturação do curso, na oportunidade de ensino no interior, no destaque em pesquisas e parcerias, além de eleger a primeira reitora assistente social da história das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) do país.

“Somos o único curso que em seu código de ética tem o compromisso com a classe trabalhadora. Em tempos difíceis como o que vivemos, onde o preconceito e o conservadorismo voltam à tona com muita força no país, temos o desafio de reafirmar nossos princípios éticos. É nesse contexto que o Serviço Social e a universidade têm um papel fundamental de desvendar o real e se colocar também junto às lutas sociais e na defesa de uma sociedade mais justa e igualitária”, destacou a reitora Valéria Correia.

Desde 1993, a Ufal passou a ofertar o curso de Serviço Social no turno da noite, ampliando seu alcance. E a trajetória foi, recentemente, fortalecida depois da implantação do curso na unidade educacional de Palmeira dos Índios, ligada ao Campus Arapiraca, em 2006, e que, atualmente, tem conceito quatro na avaliação institucional do Ministério da Educação (MEC). 

A coordenadora na unidade de Palmeira, Marinês Coral, lembra que ao final de 2016, o curso tinha nove docentes, sendo quatro já doutores, três prestes a concluir o doutorado e dois mestres, o que evidencia a qualidade dos profissionais e da graduação no interior.

Os dados são comemorados pelo Centro Acadêmico Maninha Xucuru. “Palmeira dos Índios não é a unidade problema, como muitos já disseram; ao contrário, é a solução, por ter proporcionado o acesso da classe trabalhadora ao ensino superior”, ressaltou Lela Sobreiro, representante do CA de Palmeira dos Índios.

O caminho é traçado com muita dedicação para inserir o nome do curso no cenário nacional. A diretora da Faculdade de Serviço Social (FSSO), Rosa Prédes, conta que os projetos são muitos e mais conquistas virão. “Se é de batalhas que se vive a vida, a luta nos movimenta e a resistência nos fortalece, então é nessa perspectiva que a comissão está trabalhando, visualizando a possibilidade de lançamento de livros sobre os 60 anos de Serviço Social, com publicação do edital em breve. Esse ano ainda, vamos abrir o doutorado no curso; realizaremos um seminário; teremos participação efetiva na Bienal com lançamento de obras, debates etc; e promoveremos o 4º colóquio nacional e o 1º internacional”, pontuou Prédes, com entusiasmo.

Comemorações

No último dia 21, a direção da Faculdade de Serviço Social da Ufal (FSSO) organizou uma programação especial para comemorar os 60 anos do curso em Alagoas, no Campus A.C. Simões, em Maceió. O dia começou com um momento simbólico de plantio de uma muda de Pau-Brasil, em frente ao prédio da FSSO, e seguiu com uma mesa-redonda intitulada A contribuição da Ufal nos 60 anos do curso de Serviço Social em Alagoas, no auditório da Reitoria.

Ao se dirigir aos estudantes, Layana Farias, representante da Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço Social e do Centro Acadêmico Rosa Luxembergo ressaltou a importância dos futuros assistentes sociais estarem comprometidos com o projeto ético-político do curso e com a classe trabalhadora, para que sejam cada vez mais uma categoria combativa e de luta. “Os tempos são sombrios; o momento pede organização, luta e resistência acima de tudo”, conclamou.

A representante do Cress-AL, Edmée Barros, fez uma retrospectiva histórica enfatizando o compromissos da profissão, que tem como princípio a defesa dos direitos humanos. “A luta pela qualidade da formação profissional ao longo dessas décadas e nos dias atuais tem sido um dos principais objetivos dessa categoria e o curso de Serviço Social de Alagoas, nesses 60 anos, formou profissionais que fizeram história e tem feito, na prática e na luta, pela divulgação dos direitos sociais no nosso Estado”, destacou.

Homenageada no evento, a reitora Valéria Correia reforçou o compromisso da Gestão com a estruturação da unidade educacional de Palmeira dos Índios e evidenciou a qualidade do curso, tanto na graduação, como no mestrado, relembrando fatos históricos. Também receberam homenagens as pioneiras da trajetória e os mais novos estudantes.