Edufal reedita obra rara de 1902

O Indicador Geral do Estado de Alagoas está de volta pela parceria entre Edufal, Imprensa Graciliano Ramos, Braskem, Fundação Casa do Penedo e Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas

19/04/2017 11h07 - Atualizado em 20/04/2017 às 12h44
Capa da obra reeditada pela Edufal

Capa da obra reeditada pela Edufal

Márcia Alencar – jornalista

O Indicador Geral do Estado de Alagoas, de Craveiro Costa e Torquato Cabral, é uma obra de 1902, referencial para os estudiosos que pretendam conhecer a fundo aspectos da formação socioeconômica e pela história social e cultural de Alagoas. Diversos intelectuais alagoanos apresentam neste livro dados históricos, geográficos e estatísticos do Estado, por meio de textos explicativos, mapas, tabelas, ilustrações e fotos. “É o almanaque mais importante do século 20. Atinge a transição de Maceió como cidade”, ressalta o professor e sociólogo Sávio de Almeida.

Para o diretor da Edufal, professor Osvaldo Maciel, esta obra é a penúltima pendência editorial da gestão anterior, que foi concretizada. “O projeto editorial, apesar de ter sido tocado em nossa gestão, respeitou o esboço elaborado pela ex-diretora, Stela Lameiras, consultando-a em todos os momentos de sua confecção", ressalta ele.

“A reedição fac-similar do Indicador Geral do Estado de Alagoas foi possível graças aos esforços coletivos de instituições e pessoas que se mobilizaram, repetindo o esforço e altruísmo de alguns que se dedicaram ao empreendimento, dirigido por Craveiro Costa e Torquato Cabral e efetivado pelos editores Ramalho e Murta”, destaca no prefácio a professora Rachel Rocha, do curso de Ciências Sociais da Ufal. Além de trazer a escrita de Craveiro Costa em alguns capítulos, tem a autoria de Hugo Jardim, Diegues Junior, Affonso de Mendonça, Francisco Izidoro, Alfredo Rego, Eusébio de Andrade, Goulart de Andrade, Adriano Jorge e João Alberto Ribeiro.

“Da vida nos engenhos às cidades, das artes aos ofícios disponíveis em Alagoas, o livro é capaz de nominar um por um parte dos seus cidadãos, do juiz ao coveiro, do artista ao soldado, elencando profissões, lugares, costumes, pessoas e coisas, apontando elementos desse espaço alagoano em formação. É uma obra referencial”, ressalta o professor e antropólogo Bruno César Cavalcanti, em um texto de apresentação do livro.

Para o professor José Roberto Lima, do curso de História da Ufal, a importância dessa obra é ainda maior pelo espaço de tempo entre as duas edições. “São informações relevantes para estudantes, professores, pesquisadores e curiosos pelo cotidiano da época. É um olhar especial só encontrado nesta obra”, destaca. Ele aproveita para parabenizar a Edufal e a Imprensa Graciliano Ramos pela “sacada” e “mérito” em reeditar este título.

Dos editores Ramalho e Murta chama a atenção logo no prefácio do livro o texto: “ Vae correr mundo o Indicador Geral do Estado de Alagoas. No gênero é o primeiro trabalho que surge das artes graphicas alagoanas. Repositório de informações minuciosas, largas e utilíssimas sobre todos os ramos da actividade humana no nosso caro torrão natal. Vem preencher, segundo pensamos e muitos reconhecem, uma grande lacuna, tornando-se fonte copiosa de tudo quanto diz ao nosso desenvolvimento, tomado o termo em sua accepção total  - progresso, moral e material”. A capa é assinada pelo artista plástico Rosalvo Ribeiro e à época Alagoas contava apenas com 34 municípios (dos atuais 102), governada por Euclides Vieira Malta.

O livro pode ser encontrado na sede da Edufal, no Campus A. C. Simões, em Maceió; nas extensões da Edufal no Espaço Cultural, Centro da cidade, e em Delmiro Gouveia, no Campus do Sertão. Também à venda no site www.edufal.com.br.