Grupo do Bosque em Defesa da Vida acompanha julgamento sobre morte de professor

Luiz Ferreira de Souza integrava o corpo docente do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde

15/02/2017 10h12 - Atualizado em 16/02/2017 às 14h06
Planta aroeira, representa, simbolicamente, o professor Luiz Ferreira

Planta aroeira, representa, simbolicamente, o professor Luiz Ferreira

Diana Monteiro - jornalista

Os componentes do Grupo Amigos e Cuidadores do Bosque em Defesa da Vida convidam à comunidade universitária para acompanhar o julgamento do assassinato do professor Luiz Ferreira de Souza a se realizar na 9ª  Vara do Fórum do Barro Duro, a partir das 8h, desta quinta-feira (16). A atividade do grupo para este primeiro semestre foi retomada e ficou marcada pela visita, na última sexta-feira (10), ao Bosque em Defesa da Vida, localizado no Campus A.C. Simões. No local está plantada a árvore aroeira para representar, simbolicamente, o saudoso professor.

Luiz Ferreira, médico e então vereador pelo município de Anadia, foi assassinado em 3 de setembro de 2011, após participar de um programa de rádio em Maribondo, cidade vizinha, quando anunciou  que seria candidato a prefeito da cidade pela qual tinha mandato. O crime teve grande repercussão em Alagoas e após cinco anos do ocorrido parte dos apontados como acusados vai a julgamento.

Ao falar sobre a importância da comunidade universitária no desdobramento do caso, o Grupo em atuação na Ufal coloca que a Universidade exerce um papel no processo de conscientização social, destacando-se  na luta pela vida, contra a impunidade e em favor da justiça. “Nosso projeto de extensão tem realçado a importância de estimularmos, no âmbito da academia, ações de solidariedade como uma estratégia educacional que fortalece o campo dos valores imprescindíveis para contribuirmos na direção das transformações sociais que tanto desejamos em nosso país”, reforça a socióloga e participante do grupo Ruth Vasconcelos.

Na Ufal, o então Programa Ufal em Defesa da Vida e a Associação dos Docentes (Adufal), assim como a direção do ICBS promoveram atividades visando chamar a atenção da comunidade universitária e da sociedade para que o crime não figurasse como mais um impune. Luiz Ferreira era casado com a professora Rita Namé, da Escola Técnica de Artes (ETA), também participante do Grupo atrelado ao projeto de extensão Bosque em Defesa da Vida.

Seus componentes estarão presentes ao julgamento como um gesto de solidariedade à família e para expressar o desejo de que a justiça seja feita para que seus familiares possam restaurar, minimamente, a dor provocada pela perda de um homem muito querido e referência em lutas sociais na cidade de Anadia, onde nasceu e prestou serviços como médico e vereador. 

O Grupo  é constituído por familiares de vítimas de violência, representadas no Bosque por meio de árvores, a maioria delas da Mata Atlântica, bem como professores e estudantes que se tornaram amigos e cuidadores do espaço. O projeto está sob a coordenação da docente e arquiteta Regina Coeli.

A reitora da Ufal, Valéria Correia, solidariza -se  com a família do professor e se coloca à disposição para auxiliar no que for necessário. "À época, fiquei muito chocada com esse assassinato bárbaro, e prestei solidariedade à filha Mariana, que era estudante de Medicina da Ufal. Ameniza a dor saber que o julgamento chegou e que os culpados serão punidos. Isso tudo atinge diretamente à comunidade universitária, estamos acompanhando tudo, sensibilizados", declarou.