Debate sobre a Reforma da Previdência lota auditório da Ufal

Além de estudantes e servidores, sindicalistas de várias categorias vieram acompanhar as palestras

23/02/2017 16h16 - Atualizado em 22/11/2021 às 09h05
Mesa de abertura do seminário sobre a Reforma da Previdência (Fotos: Lenilda Luna)

Mesa de abertura do seminário sobre a Reforma da Previdência (Fotos: Lenilda Luna)

Lenilda Luna - jornalista

A proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, que trata da Reforma da Previdência, têm preocupado várias categorias de trabalhadores do setor público e privado do país. Por causa disso, o debate proposto pela Pró-reitoria de Gestão de Pessoas e do Trabalho (Progep), com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores da Ufal (Sintufal) e da Associação dos Docentes da Ufal (Adufal), lotou o auditório da reitoria, na manhã dessa quinta-feira (23).

Na mesa de abertura, a reitora Valéria Correia destacou a importância de questionar a Reforma, que vai impactar sobre a vida de todos os brasileiros. "A Universidade tem o papel de promover os grandes debates que interessam à sociedade, promovendo as reflexões que vão subsidiar o posicionamento dos diversos atores sociais. Temos que primar nesse momento pela autonomia universitária e pela livre expressão dos pensamentos. Então, temos que discutir essa emenda constitucional que vai afetar a vida de milhares de pessoas. Certamente, a proposta do governo é regressiva do ponto de vista das trabalhadoras e trabalhadores desse país. Precisamos falar sobre isso", destacou a reitora.

Os palestrantes convidados foram a professora da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Sara Granemann, e o professor  Krishnamurti Medeiros Santos, da OAB-AL, especialista em Seguridade Social, Cálculos Previdenciários, Revisionais Previdenciárias; e em Direito Previdenciário Empresarial. Os palestrantes posicionaram-se de forma crítica e contrária ao que propõe a Proposta de Emenda."O argumento principal para essa reforma, de que existe um rombo na previdência, é falso. Na verdade, essa reforma atende aos interesses do grande capital, que querem quebrar a previdência social com a finalidade de auferir lucros numa rentável proposta de seguridade privada", denunciou a palestrante.

Para corroborar a afirmação, a Sara Granemann apresentou a proposta da Confederação Nacional da Indústria (CNI), para a crise financeira no país. "A proposta do Governo é baseada no texto apresentada pelo empresariado. Então, devemos ter claro que é uma proposta que atende aos interesses do Capital e não aos trabalhadores brasileiros. Temos aqui uma contradição própria da luta de classes nesse país. Isso deve ficar claro para que os trabalhadores assumam o seu lado do conflito, ao invés de sermos jogados uns contra os outros, no discurso de que a aposentadoria no campo prejudica a da cidade, de que os idosos aposentados escoam os recursos destinados aos mais jovens no futuro, ou de que os ditos 'privilégios' dos trabalhadores do setor público é que penalizam os trabalhadores da iniciativa privada. Todos nós seremos prejudicados se essa emenda for aprovada", finalizou a palestrante.

Parte da palestra foi transmitida ao vivo na página da Ufal no Facebook.