HU segue aberto a pacientes e busca diálogo com movimento para manter serviços

Mesmo com adesão à greve por servidores, hospital tem serviços essenciais, cirurgias e consultas sendo realizados

17/11/2017 15h28 - Atualizado em 22/11/2017 às 13h27
Superintendente está negociando com o movimento grevista acerca dos serviços considerados essenciais

Superintendente está negociando com o movimento grevista acerca dos serviços considerados essenciais

Carlos Madeiro - jornalista

O Hospital Universitário Alberto Antunes (HUPAA) está funcionando e atendendo pacientes mesmo com a greve dos técnicos administrativos. Segundo a superintendência do órgão, houve redução de serviços em algumas áreas, mas grande parte das demandas segue sendo atendida.
 
"O hospital não está parado. Os serviços essenciais estão mantidos, algumas consultas e cirurgias estão mantidas", afirma a superintendente Regina Maria dos Santos.
 
Regina afirma que, apesar da adesão de muitos servidores ao movimento, serviços como a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), de oncologia e a maternidade estão em funcionamento. Já as consultas e cirurgias eletivas estão sendo feitas e marcadas, de acordo com um novo procedimento, conforme a adesão de servidores ao movimento. 
 
Ainda segundo a superintendente, o hospital não tem como fechar as portas ou indicar que as pessoas não o procurem nesse período porque há muitas pessoas que dependem dos serviços do local. 
 
"Isso teria ressalva direta na vida das pessoas, tanto das que estão internadas, como daquelas que têm serviços marcados. Temos consultas, cirurgias ou procedimentos invasivos já agendados e precisávamos assegurar que não fossem afetados porque isso significa comprometimento da vida das pessoas", diz a superintendente, afirmando que a greve também traz prejuízos financeiros ao hospital. "Isso porque fazemos parte da rede SUS, que é contratualizada. Acaba que somos também prestadores de serviço, e os serviços têm de ser executados, senão a gente não recebe", lamenta.
 
O debate agora entre Superintendência do HUPAA e comando de greve é sobre os setores que devem permanecer aberto, fechados ou com escala reduzida. Para Regina, a paralisação de algumas áreas pode gerar problemas graves, e a discussão sobre redução de serviços deve ocorrer pontualmente. 
 
"Por exemplo, na UTI, tudo que está lá está sendo atendido; mas à medida em que for vagando leitos, não vai recolocando gente. E nós temos o entendimento de que na UTI não se pode fazer isso porque quem está precisando de uma UTI está entre a vida e a morte. A gente tem de ver caso a caso. Tem setores que o comando não considera essencial. Olha o caso da farmácia. Aparentemente, ela é um setor burocrático, mas se a gente não tiver uma farmácia que funcione, mesmo em capacidade reduzida, como os pacientes vão receber medicamentos?", questiona.
 
Para a superintendente, a solução deve ser negociada entre todas as partes. "Propusemos uma análise caso a caso para saber o que podemos parar. Mantém 100% do essencial, como já foi proposto pelo comando, e aqueles serviços que fossem intermediários, manteria-se os 30%. O problema está em o que o comando de greve considera como essencial com o que nós achamos", avalia. 
 
Segundo o setor de regulação do hospital, os pacientes que necessitem reagendar consultas ou cirurgias já marcadas devido à adesão de médicos já estão sendo contatados. Para mais informações, o usuário pode ligar para: 3202.3729 ou 3202.3730.
A superintendente diz que o momento vivenciado no Brasil é de fato preocupante e defende o movimento pela luta de direitos dos trabalhadores. "Entendemos que esse movimento é justo, tem mais do que argumentos para acontecer, mas precisamos entender que parar o atendimento do hospital não é simples", finaliza.