Faculdade de Arquitetura e Urbanismo promove workshop sobre cenário turístico de Maceió em 2040

Evento foi organizado pela pós-graduação e contou com a presença de professor da Alemanha

15/09/2016 15h24 - Atualizado em 19/09/2016 às 12h06
Grupo projeta os pontos principais para o cenário turístico de Maceió em 24 anos

Grupo projeta os pontos principais para o cenário turístico de Maceió em 24 anos

Natália Oliveira - estudante de jornalismo

Desde a última segunda-feira (12), mestrandos e doutorandos da Universidade Federal de Alagoas vêm desenvolvendo uma tarefa: imaginar o turismo na capital alagoana daqui a 24 anos. A atividade faz parte do workshop Planejamento de cenários para o turismo em 2040: estudo de caso de Maceió, onde os estudantes são direcionados a pensar e desenvolver raciocínios, com referência nos dias atuais, para idealizar o futuro.

De acordo com a pós-doutoranda da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Ufal e organizadora da atividade, Acácia Malhado, a razão de escolher o ano de 2040 deu-se ao fato de já haver estudos sobre o cenário turístico daqui a cinco ou dez anos, por exemplo. “Imaginar o turismo daqui a 24 anos é mais ideológico, futurístico. Queremos que eles imaginem algo que não exista hoje na realidade de Maceió”, explica.

Ao pensar o cenário do turismo para os próximos 24 anos, foram levantadas algumas questões sobre tendências, como a mudança comportamental da sociedade. Segundo Acácia, hoje, as pessoas estão mais preocupadas com a saúde do corpo e da mente, alimentação mais saudável e com sustentabilidade. “A tendência é pela busca de lugares mais sustentáveis, com menos poluição e cultura mais rica. Com isso, é importante planejar o turismo para ele oferecer o que a sociedade exigirá no futuro”.

O palpite apresentado pelo grupo da mestranda em Arquitetura, Natalia Leal, foi justamente a sustentabilidade. “A gente tá apostando muito no turismo sustentável, em tecnologias renováveis, reciclagem, valorização da cultura local. Quando falamos nisso, não é só ecologia, é [sustentabilidade] econômica, ambiental, política, cultural, social. Apostamos em um cenário otimista”, destacou Natalia, que nesta quinta-feira (15), último dia do evento, apresentou uma das projeções para o turismo em Maceió.

Interativo, o workshop reuniu 16 pessoas que foram divididas em grupos para apresentar visões diferentes sobre o tema. “A presença de pessoas de formações diferentes traz novas ideias de diversos pontos de vista e enriquece a discussão”, salientou Malhado. No primeiro momento, os participantes puderam conhecer o turismo na cidade atualmente. A partir desse passo, cada grupo montou tabelas para cruzar determinados setores, como atrativos, eventos, gastronomia, além de fatores, como meio ambiente, sustentabilidade e economia, que irão afetar o turismo no futuro.

Presença internacional

O evento contou com a presença do professor alemão Marcus Bauer. Enviado pela htw saar - Saarland Business School, da Alemanha, o docente trouxe na bagagem sua experiência em workshops sobre o mesmo tema, mas aplicada na realidade turística de Paris, o que implicou em diferenças na metodologia da atividade.

No estudo de caso da capital francesa, os alunos viajam da Alemanha para o país vizinho, ou seja, o conhecimento que eles têm de Paris é como turistas, diferente do que ocorre em Maceió. “Aqui, temos pessoas que moram na cidade e conhecem o potencial turístico dela”, explicou o professor Marcus Bauer.

Outra diferença é o contato com agentes modificadores do turismo. Lá, os participantes têm acesso a dados e informações sobre a rede hoteleira e o marketing turístico, por exemplo, o que contribui para o melhor entendimento do turismo em Paris. “Em Maceió, os cenários são idealizados de acordo com o pensamento de cada estudante. Por não termos alguns dados, de certa forma, perdemos um pouco da visão empreendedora de alguns setores que trabalham diretamente com o turismo”, acrescenta Malhado.