Visitas técnicas encerram atividades do Sober 2016

Participantes visitam a Cooperativa Pindorama e a Usina Coruripe. No Campus A.C. Simões a programação do evento transcorreu até a última quarta-feira (17)

18/08/2016 13h06 - Atualizado em 19/08/2016 às 14h34

Diana Monteiro - jornalista

Encerrando as atividades da 54ª edição do Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (Sober), foram programadas para esta quinta-feira (18), visitas técnicas à cooperativa Pindorama e à Usina Coruripe, ambas situadas na região sul de Alagoas.

Pindorama, em funcionamento desde a década de 50, gera atualmente 1.800 postos de trabalho no campo e 300 empregos na indústria, destes, cem, na usina de açúcar fundada em 2003 realizando um antigo sonho dos colonos por proporcionar diversificação das atividades.

A cooperativa é comandada por pequenos produtores, onde todos os cooperados, além de fornecedores de matéria-prima, são donos do negócio e participam dos lucros. São desenvolvidos projetos de geração de emprego e renda para jovens e mulheres, como uma horta comunitária, um grupo de costureiras, fabricação de doces e vinagre. Idealizada pelo suíço-francês René Bertholet é considerada o melhor exemplo de reforma agrária do país.

A importância da Usina Coruripe vai além do cenário econômico e de produção, por ter também como prioridades a preservação da natureza e o cuidado com o ser humano, pautando os seus trabalhos alicerçados na responsabilidade socioambiental. Geradora de cerca de sete mil empregos diretos e 35 mil indiretos, a usina possui programas voltados à comunidade nas áreas de saúde, educação, habitação e aposentadoria, e é detentora dos mais importantes prêmios e certificações na área ambiental.

Programação no último dia de debates

Debater a agropecuária e a agricultura em consonância com o Desenvolvimento, Território e Biodiversidade pautou o último dia Sober, na quarta-feira (17) com a apresentação de painéis científicos.

Os temas abordados foram: Limites ecológicos da economia agropecuária; O financiamento da agricultura de baixa emissão de carbono no Brasil; Mudanças políticas e perspectivas para a agricultura familiar e o desenvolvimento rural; e Ações do Governo de Alagoas para o desenvolvimento socioeconômico no meio rural.

Numa das apresentações, Annelise Vendarmini, do Observatório do Plano Setorial de Mitigações e de Adaptação às Mudanças Climáticas falou sobre o é conhecido como Plano ABC, que tem o objetivo de consolidar uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura. De acordo com Vendarmini a conjuntura econômica vem comprometendo o funcionamento do Plano, que é de abrangência nacional, com diminuição de participação do Banco do Brasil (BB) no repasse de recursos. Ela citou a importância do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDS) em todo o processo de investimento para efetivação das atividades.

Participaram também do painel Ângelo Costa Gurgel (FGV/Observatório do Plano ABC); Cláudio Almeida (BNDES) e Arnaldo Carneiro (Agroicone).

O Plano ABC é composto por sete programas, seis deles referentes às tecnologias de mitigação, e um com ações de adaptação às mudanças climáticas. Os programas contemplam recuperação de pastagens degradadas; Integração Lavoura-Pecuária-Ploresta (ILPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs); Sistema Plantio Direto (SPD); Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN); florestas plantadas; tratamento de dejetos animais; e adaptação às mudanças climáticas.