América Latina é foco de debates em congresso nacional realizado no Campus A.C. Simões

Evento transcorre até quarta-feira e busca contribuir para as políticas públicas nas áreas de agricultura e agronegócio no Brasil

16/08/2016 11h00 - Atualizado em 17/08/2016 às 10h26
Carlos Mussi, durante palestra sobre a Agenda 2030 para América Latina

Carlos Mussi, durante palestra sobre a Agenda 2030 para América Latina

Diana Monteiro  - jornalista

A Agenda 2030 abriu na manhã desta segunda-feira (15), a 54ª edição da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (Sober), no auditório da Reitoria, um dos locais do evento, que tem este ano como tema central Desenvolvimento, território e biodiversidade. A programação, dotada de 13 grupos temáticos, premiações e lançamentos de livros, trouxe para o Estado renomados pesquisadores nacionais e internacionais para debater a realidade socioeconômica da região oportunizando a interação entre profissionais da academia com a finalidade de construir proposições articuladas para o desenvolvimento das relações no meio urbano e rural.

Ao discorrer sobre o tema O desenvolvimento na América Latina: desafios e propostas, o representante da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Carlos Mussi destacou que ainda persiste na AL as desigualdades estruturais em seus mais amplos aspectos. Entre eles, distribuição de renda, falta de investimento, impactos ambientais, e mercado de trabalho diferencial entre homens e mulheres.

A Agenda 2030 é uma das cinco comissões regionais das Nações Unidas e foi criada em 25 de fevereiro de 1948 para contribuir com o desenvolvimento econômico da América Latina e reforçar as relações econômicas dos países com as demais nações do mundo. Ao citar os horizontes do documento e propostas, Carlos Mussi destacou os bens públicos globais; o fortalecimento da ação e dos acordos regionais; as políticas nacionais para criar capacidades endógenas e uma oportunidade para as mudanças estruturais. 

Ele frisou que a proposta para um novo estilo de desenvolvimento não é apenas técnica, mas que consiste também numa tarefa política. “Necessitamos de um novo conjunto de instituições e coalizões que promovam as políticas em nível global, regional, nacional e local. Esse processo requer uma direção clara e mudança no diálogo entre Estado, o mercado de trabalho e a sociedade”, enfatizou.

Objetivos Globais

Durante a exposição do tema Carlos Mussi citou os 17 objetivos globais da Agenda 2030, entre eles: acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares; acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável; assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades; assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos; alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas; e assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos.

São ainda objetivos globais da Agenda 2030: assegurar o acesso confiável, sustentável e a preço acessível à energia para todos; promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos; construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação; reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles; tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis; assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis; tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos.

Compõem também os objetivos: a conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável; proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade; promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes responsáveis e inclusivas em todos os níveis. Rege o Objetivo 17 fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.

Para conhecer a Agenda 2030 acesse aqui.

O painel que teve como foco a América Latina contou também com a participação de Antônio Prado, da Cepal, Hugo Alexander Chavarria Miranda, do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (Iica) e José Maria da Silveira, da Universidade de Campinas (Unicamp). Os auditórios da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (Feac), Biblioteca Central e Centro de Interesse Comunitário (CIC) também estão com atividades do congresso. A exposição de trabalhos com diversas temáticas voltadas ao Desenvolvimento Sustentável, território e biodiversidade tem como local o Bloco 18 no Campus A.C. Simões.

A 54ª edição do Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (Sober) transcorre até a quarta-feira (17) e os professores da Feac Francisco Rosário, André Lages e Natallya Levino representam a Universidade Federal de Alagoas na comissão local.