Historiador alemão abre atividades sobre a celebração dos 99 anos da Revolução Russa

Palestra de Berhard H. Bayerlein, da Universidade do Rhur Bochum, teve como foco a Organização Internacional Comunista

15/07/2016 14h57 - Atualizado em 18/07/2016 às 15h38
Bayertein enfatizou a importância do comunismo internacional nas transformações sociais e econômicas. Fotos Sebastião Medeiros

Bayertein enfatizou a importância do comunismo internacional nas transformações sociais e econômicas. Fotos Sebastião Medeiros

Diana Monteiro – jornalista

Representantes dos três segmentos universitários e militantes de partidos políticos lotaram nesta manhã de sexta-feira (15), o auditório do Centro de Interesse Comunitário (CIC), da Universidade Federal de Alagoas para ouvir e participar do debate que tratou dos 99 anos da Revolução Russa com a palestra sobre Internacionalismo e a revolução mundial: capítulos da história do comunismo no século 20: Sonho ou trauma, proferida pelo pesquisador e historiador Bernhard H. Bayertein, da Universidade do Rhur Bochum, da Alemanha.

Ao abrir a solenidade o professor Aruã Lima, assessor de Intercâmbio Internacional da Ufal destacou a enorme satisfação de receber o renomado professor para tão importante debate : “A Universidade Federal de Alagoas é um espaço plural e a palestra configura-se como o pontapé inicial para as atividades que marcarão, na instituição, nos próximos meses os 99 anos da Revolução Russa. O debate oportuniza a construção coletiva para tão significativa celebração”, afirmou, agradecendo o apoio recebido para a concretização da atividade.

O professor Bayerlein está no Brasil a convite da Universidade de São Paulo (USP) e aproveitou para vir à Ufal colaborar com a programação alusiva à data. Além de historiador e romancista ele é pesquisador sênior do Instituto para os Movimentos Sociais (ISB) da Universidade do Ruhr, Bochum. Bayerlein tem se dedicado aos estudos e publicações em história transnacional do comunismo, em Ciências Sociais, sobre a França, Espanha e Portugal, além de atividades em projetos internacionais em arquivos e humanidades digitais. É ainda fundador e editor do The International Newsletter of Communist Studies, e co-editor do Anuário de Estudos sobre o Comunismo (Berlim).

Comunismo e movimento internacional

Ao enfocar a Organização Internacional Comunista o professor Bernhard H. Bayertein enfatizou a importância do comunismo internacional nas transformações sociais e econômicas pontuando nesse contexto temas, como: Síntese da história da internacional comunista; fenômenos importantes da modernidade; significado das investigações sobre a história do comunismo; revolução dos arquivos e a situação histórica da historiagrafia; o império intermediário das organizações “sem partido”; novas premissas metódicas e analíticas para a investigação; e as quatro fachadas da Internacional Comunista.

Bayertein também fez destaque sobre Algumas perspectivas para a investigação, (para uma investigação de política soviética nos anos 30; modelo burocrático e transformação de carisma; o problema do estalinismo; e a memória coletiva e o dever da reconstrução).

Conhecimento

Para Jackeline Nicácio, aluna do 1° período do curso de Serviço Social, ter a oportunidade de participar de tão importante debate significa fortalecer o conhecimento, dentro do processo de aprendizado e de formação pessoal. E acrescenta: “A palestra também é importante para o conhecimento de uma realidade histórica, até para sabermos o porquê de nossa chegada aos tempos atuais em todo esse processo histórico e social”, frisou. Integrando uma turma de 40 alunos, do mesmo período, o debate se constituiu como uma atividade da disciplina Filosofia, ministrada pela professora Uslane Bial, presente ao evento.

Uslane enfatizou que os 99 anos da Revolução Russa é uma temática de interesse, inclusive para a realidade política brasileira e para a crise da esquerda no país. Sobre a presença da turma, disse: “Todas as atividades que ocorrem dentro da Ufal são formativas. Articulamos e estimulamos os alunos para a participação na palestra também como atividade da disciplina que ministro, aprofundando o conhecimento sobre tão significativa realidade histórica”, frisou.