Diana Monteiro – jornalista

Considerado referência em Alagoas pelo Ministério da Saúde (MS), o Programa de Controle de Tabagismo do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA), promoveu atividades marcando a passagem do Dia Mundial Sem Tabaco, 31 de maio, no auditório do hospital, com o objetivo de levar aos pacientes e à sociedade, informações sobre a importância das ações em desenvolvimento. O programa funciona há dez anos, é credenciado pelo Ministério da Saúde via Instituto Nacional do Câncer (Inca) e conta com a parceria das Secretarias de Saúde de Maceió e do Estado de Alagoas.

O Programa do HUPAA é coordenado pela pneumologista Seli de Almeida e envolve uma equipe multidisciplinar composta por médicos, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais, farmacêuticos, nutricionista e educadora física na rotina de atendimento que registra mensalmente 120 novos pacientes. O atendimento, feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é dotado de trabalho cognitivo comportamental, com realização de terapias em grupo, e de tratamento medicamentoso, este sob a responsabilidade da Secretaria de Saúde de Maceió.

Sobre a forma de tratamento, que estimula aos participantes largarem o fumo lançando mão das citadas estratégias, Seli Almeida destaca: “O objetivo é tenta mudar comportamentos, conscientizando os fumantes dos danos que o vício provoca à saúde deles próprios (e das pessoas que estão ao seu redor), além dos aspectos socioeconômicos”, frisa a coordenadora. “O tratamento cognitivo comportamental tem como local o Memorial do Hospital. Para educação em saúde realizam-se debates e sessões de relaxamento para o autoconhecimento, pois a atividade diminui a ansiedade”, enfatiza a educadora física Rosa Elisa Pasciucco, que há dois meses integrou à equipe do programa.

Seli Almeida destaca que são inúmeros os males provocados pelo cigarro, também apontado como um dos principais responsáveis pelas mortes causadas por problemas vasculares e por vários tipos de câncer, como: de pulmão, de rim, de laringe, cabeça e pescoço, de bexiga, de esôfago, de pâncreas; e de estômago. Ela diz que normalmente o vício é iniciado ainda na infância ou adolescência, e que o homem é mais exposto ao tabagismo, mas ressalta haver um crescimento do número de mulheres fumantes a partir de 20 anos de idade, com incidência maior na faixa etária de 30 a 40 anos. Um paciente é considerado ex-fumante depois de um ano sem fumar. “Um tratamento com êxito pode-se chegar em torno de 40 a 60% dos pacientes que conseguiram deixar o vício”, diz Seli, destacando a positividade do Programa do Hospital.

A representante da Secretaria de Saúde de Maceió Gilda Teodósio cita a importância da parceria com o HUPAA para a promoção das ações rotineiras e efetivas do programa, e diz que além do Hospital Universitário, para o tratamento do tabagismo, o município dispõe dos seguintes núcleos: um no 2º Centro de Saúde Dr. Diógenes Jucá Bernardes e um no Capes AD Dr. Everaldo Moreira. Ela informa ainda que o mais novo parceiro para as ações é o Hospital Portugal Ramalho, que vai proporcionar a instalação de mais um núcleo municipal. “No 2º Centro, que se localiza na conhecida Praça da Maravilha, no bairro do Poço, a cada três meses novos grupos são formados e todas às quartas-feiras há inscrição para os grupos, onde o interessado deve apresentar, na oportunidade, Carteira de Identidade e cartão do SUS”, diz Gilda.