Thâmara Gonzaga - jornalista

Criança adora desenho animado. Sabendo disso, a tática de muitos pais para manter os filhos quietinhos, pelo menos por alguns instantes, é deixá-los assistir às aventuras do personagem preferido. E por que não aproveitar esse recurso tão presente na infância para ensinar matemática aos pequenos durante as séries iniciais?

Foi o que pensou o professor de Centro de Educação (Cedu), Carloney Oliveira, ao sugerir para estudantes do 6º período de Pedagogia a elaboração de aulas de matemática tendo como suporte os desenhos animados. “A proposta foi para problematizar um conteúdo a partir do material que é do agrado das crianças, mas que não foi feito para essa finalidade. É importante criar novas situações para sala de aula e penso que esse seja um trabalho inovador na área das licenciaturas da Ufal”, destacou o docente.

A atividade fez parte da programação didática da disciplina Saberes e Metodologias da Matemática 1, cujo objetivo é pensar novas possibilidades ou ferramentas para a prática pedagógica do professor em formação ou atuação nas aulas da referida disciplina.

Antes da realização da tarefa, houve muito debate e entendimento teórico sobre os assuntos que deveriam ser abordados, respeitando a grade curricular das séries iniciais (1º ao 5º ano). Só após essa etapa é que os futuros pedagogos se reuniram em equipes e escolherem o desenho que serviria como base para a aula de matemática. A proposta de cada equipe foi apresentada na última terça-feira (3), marcando o encerramento da disciplina.

O estudante César Gonçalves falou com entusiamo sobre a experiência de ensinar matemática por meio de desenhos. “Vimos a possibilidade de ensinar porcentagem para as crianças partindo do cotidiano delas, de algo que elas gostam. Isso é muito bom, pois tira o peso, o medo da disciplina. Sem falar na expectativa positiva, ao mostrar que, assim como é possível contar a história dos personagens uma para outra, elas também podem se ajudar ensinando matemática”, disse.

Ele ainda ressaltou que o uso do desenho desmitifica a disciplina, mostrando outras possibilidades. “Essa atividade muda a perspectiva do professor e dos alunos, pois derruba a ideia da matemática ser é um bicho de sete cabeças”, disse César ,que também elogiou o docente Carloney pelas propostas de trabalho sempre inovadoras.

A discente Lyria Araújo relatou que já teve a oportunidade de praticar a atividade com desenhos animados durante o estágio curricular e aprovou a experiência. “Vejo como a atividade mobiliza as crianças. É uma forma diferenciada de ensinar que surte um efeito muito positivo. De forma lúdica, elas vão além e problematizam sobre o que estamos ensinando, trazem novos significados. É muito gratificante”, garantiu.