Bonecos entram em cena no Colóquio de Teatro de Animação

Evento teve a presença da professora da USP, Ana Maria do Amaral, uma referência nessa área

02/05/2016 10h43 - Atualizado em 22/11/2021 às 09h05
Alunos da Escola Brandão Lima e o diretor do espetáculo, Pierre D'Almeida

Alunos da Escola Brandão Lima e o diretor do espetáculo, Pierre D'Almeida

Simoneide Araújo – jornalista colaboradora

O espetáculo Transitando com atenção: um bom exemplo de humanização fez parte da programação do 1º Colóquio do Laboratório de Teatro de Animação (Lata) da Universidade Federal de Alagoas. O grupo, formado por alunos da Escola Municipal Padre Brandão Lima, entrou em cena no pátio do Espaço Cultural com bonecos e textos de cordel sobre lições de cidadania no trânsito.

No cenário foram usadas obras de Mestre Zumba, adaptadas para a temática do espetáculo. O diretor é Pierre D'Almeida, concluinte do curso de licenciatura em Teatro. Ele explica que esse projeto implantado na escola está vinculado à Ufal pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), com orientação do professor José Acioli.

O trabalho realizado com crianças e adolescentes da escola, que resultou na construção do espetáculo, é uma parceria da Ufal, por meio do curso de Teatro, da Secretaria Municipal de Educação (Semed), da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) e da equipe da própria unidade de ensino.

Na plateia estava Ana Maria do Amaral, considerada uma referência na América Latina em teatro de animação e máscaras. Ela é professora da Escola de Comunicação e Artes da USP e foi uma das convidadas do Colóquio. Alunos alunos da Ufal também fizeram intervenções no pátio do Espaço Cultural com o Teatro Lambe-lambe.

Para o professor Acioli, coordenador do evento, o grande propósito é discutir, trocar ideias e dialogar sobre teatro de animação no universo profissional e da educação. “O teatro de animação lida com elementos, personagens e a própria questão física dentro de uma fantasia. E essa fantasia dentro de um universo da criança e do adolescente é muito fantástica; eles se envolvem mais. É muito mais fácil, na escola, nós encontrarmos pessoas que queiram fazer teatro de máscaras porque quem aparece é o arquétipo e não a pessoa. Por isso a gente trabalha essa dualidade da própria formação do adolescente e da criança”, destacou.

Acioli considera que o boneco é uma forma mais lúdica de interagir, principalmente com as crianças, e de chamar a atenção delas e dos adultos também. “Nós já tivemos em Alagoas grupos específicos de teatro de animação, mas hoje não há nenhum, embora vários grupos façam uso de gêneros do teatro de animação – boneco, máscara, objeto, da forma”, completou.

O professor também fala do diferencial no teatro de animação, que pede uma contenção sintética de movimentos, o gesto sintético, sem exageros. “É muito lúdico, é um teatro de brincadeira, mas que também fala coisa séria”, disse. Além de alunos dos cursos de Teatro, Dança e Música, também participaram do Colóquio artistas, professores da rede de ensino fundamental e docentes da Ufal, que também são artistas.