Terreno da Ufal pode abrigar novo hospital materno-infantil de Maceió

Reitora Valéria Correia demonstrou interesse pela realização da obra ao defender o papel social da Universidade

11/04/2016 08h45 - Atualizado em 12/04/2016 às 14h02
Reitora e vice recebem Marcelo Palmeira, vice-prefeito de Maceió

Reitora e vice recebem Marcelo Palmeira, vice-prefeito de Maceió

Thâmara Gonzaga - jornalista

Em reunião com a reitora Valéria Correia e o vice-reitor José Vieira, realizada na última sexta-feira (8), na Ufal, o vice-prefeito de Maceió, Marcelo Palmeira, apresentou o projeto de uma nova unidade de saúde materno-infantil que pode beneficiar mais de 600 mil habitantes.

A proposta é que a obra seja construída em um terreno de quase oito mil metros quadrados pertencente à Universidade Federal de Alagoas, localizado nas proximidades do Campus A.C. Simões.

A reitora explicou que a cessão do terreno para a Prefeitura não é um ato simples, que depende da análise jurídica da Procuradoria-Geral da Ufal e da aprovação do Conselho Superior, mas garantiu dar continuidade ao processo. Como ação imediata, ela sugeriu uma reunião com os diretores de unidades da área de saúde e afins para que o novo centro de atendimento possa ser também um espaço de formação para os estudantes. “Para a Universidade é fundamental estabelecer práticas que integrem o ensino”, argumentou.

Com o novo hospital, o município busca atender as demandas da parte alta da cidade, região mais populosa da capital, que não dispõe de um centro de atendimento dedicado à saúde da mulher, à gestante e à criança. “Temos o maior interesse nesse projeto, pois a atual gestão assumiu o papel social da Universidade. Um parto humanizado e toda assistência à mãe e ao filho devem ser garantidos pelo Sistema Único de Saúde”, defendeu Valéria Correia.

Os técnicos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) fizeram a apresentação do projeto arquitetônico da unidade de saúde, que contará com centros de parto normal e cesárea, assistência ginecológica, obstétrica, pediátrica e neonatal, além de unidades de tratamento e de cuidado intensivos (UTI e UCI).

Maceió, como um todo, tem carência de leito materno-infantil. E na parte alta, praticamente, só o Hospital Universitário faz esse atendimento”, explicou a coordenadora da Saúde da Mulher e Rede Cegonha de Maceió, Suzangela Mendonça.

Marcelo Palmeira defendeu a importância da obra para a cidade. “Durante dois anos, a equipe da Secretaria Municipal de Saúde se dedicou à elaboração desse projeto pensando em melhorar o atendimento para a população que mora nessa área. A prefeitura, assim como a Ufal, passa por momentos de cortes financeiros, mas não podemos parar com o planejamento”, disse.

Participaram também da reunião o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação (Propep), Alejandro Frery; o assessor de Intercâmbio Internacional, Aruã de Lima, e o assessor técnico do Gabinete do Vice-Prefeito, Théo Fortes.

Convênios entre a Ufal e a prefeitura de Maceió

Ainda durante o encontro com o vice-prefeito, Valéria Correia reivindicou a execução da contrapartida da prefeitura de Maceió pela doação do terreno da Ufal onde foi construída a Vila Olímpica Lauthenay Perdigão, localizada no Village Campestre.

Pelo convênio firmado com a Universidade, que tem vigência até 2023, o Executivo Municipal deve realizar os serviços de iluminação pública, corte de grama, poda de árvores, limpeza de canteiros e pintura de meio-fio no Campus A. C. Simões. Marcelo Palmeira garantiu entrar em contato com o superintendente de Infraestrutura da Ufal, Márcio Barboza, para agendar a retomada dos trabalhos.

Outra demanda apresentada pela reitora foi a possibilidade de se firmar uma parceria com o município de Maceió para prestação dos atendimentos odontológicos realizados no laboratório da Faculdade de Odontologia (Foufal).

O assessor técnico do gabinete, o odontólogo Théo Fortes, esclareceu a dificuldade de se estabelecer um convênio com essa finalidade. Ao defender a contrapartida municipal, o vice-reitor José Vieira argumentou que são mais de dois mil atendimentos por mês realizados por estudantes e docentes. “Estamos com dificuldade para manter esses serviços. É uma demanda enorme mantida exclusivamente com os recursos da Ufal, por isso estamos buscando meios para que a comunidade continue sendo atendida”, justificou.