Sem Terra realizam ato na Ufal durante a Marcha em Defesa da Reforma Agrária

Marcha sairá de União dos Palmares para Maceió nesta segunda-feira

25/04/2016 11h12

Redação Ascom com informações do MST 

A partir desta segunda-feira (25), cerca de 1.500 trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra de Alagoas marcham de União dos Palmares para Maceió. A Marcha em Defesa da Reforma Agrária, da Democracia e Contra o Golpe reúne os movimentos CPT, MLT, MLST, MST, MTL, MVT, MUPT e Terra Livre.

São cerca de 80 km dialogando com a população das cidades do percurso sobre a necessidade e importância da Reforma Agrária para o desenvolvimento social e econômico de Alagoas e de todo o país. "É mais um importante momento da luta unitária dos movimentos de luta pela terra de Alagoas. Nossa Marcha é pela vida! ”, destacou Josival Oliveira, do MLST.  

A programação inclui o lançamento do Comitê Estadual da Campanha Contra o Uso dos Agrotóxicos e Pela Vida, no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas, além de um ato político-cultural no Campus A.C. Simões, em Maceió, no dia 28. 

 

Sobre o movimento 

A Marcha traz a memória dos Sem Terra assassinados há 20 anos, no Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará. O caso que ficou internacionalmente conhecido e marcado na agenda de luta dos camponeses que todos os anos realizam ações no mês de abril denunciando a impunidade e a violência no campo. 

Para Carlos Lima, da CPT, o Massacre de Carajás não é um fato isolado da nossa história. “O agronegócio continua massacrando e matando trabalhador e trabalhadora até os dias de hoje. Somente nos primeiros meses de 2016 já atingimos o número de 11 assassinatos no campo brasileiro. O Estado segue silencioso e omisso”, denuncia o coordenador. 

A marcha iniciada em União dos Palmares lembra ainda a reivindicação dos camponeses exigindo a destinação das terras da massa falida do Grupo João Lyra para fins de Reforma Agrária. O Grupo, que teve falência decretada há sete anos, tem uma dívida de aproximadamente R$ 2,1 bilhões. “Nós queremos celeridade no processo de desapropriação dessas terras para assentar as famílias que hoje vivem acampadas", afirmou Marcos Antônio Marrom, da Via do Trabalho. 

As fileiras da Marcha também pautam a defesa da democracia e dos direitos sociais conquistados pelo povo brasileiro, além de denunciar a tentativa de golpe contra o governo de Dilma Roussef. “Nós continuaremos em luta na defesa do povo brasileiro, defendendo a democracia, contra os ataques da elite conservadora do nosso país que tentam a todo custo atacar os trabalhadores e trabalhadoras, com a retirada de direitos e a criminalização dos movimentos sociais”, afirma Débora Nunes, do MST. 

Em todas as cidades que a Marcha deve passar, os trabalhadores e trabalhadoras realizam diversas ações que possibilitem o diálogo e o debate com a população. Cinema na Terra, intervenções artísticas e culturais devem dar o tom para a aproximação dos marchantes com os moradores e moradoras das cidades.