Massacre de Eldorado dos Carajás marca abertura de Jornada Universitária

Coordenadora MST destaca a árdua luta para a Reforma Agrária

27/04/2016 17h19 - Atualizado em 28/04/2016 às 10h16
Débora Nunes, coordenadora estadual do MST

Débora Nunes, coordenadora estadual do MST

Diana Monteiro - jornalista 

A chegada de 1.500 trabalhadores rurais ao Centro de Ciências Agrárias (Ceca) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), oriundos do município de União dos Palmares, a 73 km da capital, nesta quinta-feira (28) integra a programação da 3ª Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (Jura), promovido pela Pró-reitoria de Extensão (Proex) junto com os campi fora de sede e cursos envolvidos com a discussão com apoio dos movimentos agrários. No auditório do Ceca, a partir das 13h30, será lançado o Comitê Alagoano da Campanha Agrotóxico Mata. 

Conforme a programação, ainda na quinta-feira, a partir das 18h, os camponeses serão recebidos no Campus. A.C. Simões pelo Coletivo Afro-Caeté, onde permanecerão até a sexta-feira (29) participando de várias atividades.

Dentre as atividades estão o plantio de mudas no Bosque Ufal em Defesa da Vida e no Centro de Interesse Comunitário (CIC); e o debate sobre Reforma Agrária e Democracia contra o Golpe, das 10 às 12h, que contará com a participação da reitora Valéria Correia. Na tarde da sexta-feira, os trabalhadores rurais darão prosseguimento à marcha em direção ao Centro da Maceió.

 

Violência e luta 

Iniciado nesta quarta-feira ( 27) no auditório Nabuco Lopes, na Reitoria, a Jura tem como foco central do debate Os 20 Anos do Massacre de Eldorado dos Carajás: as Castanheiras Lembram, e Você?  Durante a abertura do evento, houve  a exibição de um filme retratando o massacre que levou à morte mais de 20 trabalhadores, além de deixar outros mutilados e impossibilitados ao trabalho para o resto da vida.

Ao falar sobre as dificuldades para reforma agrária no país e especial em Alagoas, Débora Nunescoordenadora do Movimento Sem Terra (MST), enfatizou: “Em nosso Estado a violência se reproduz com muito mais perversidade, mas mesmo assim não inviabiliza a contínua luta pela terra e não arrefece os ânimos dos movimentos agrários”, disse.   

Ao destacar que os camponeses querem ser reconhecidos como sujeitos de transformação da sociedade, Débora citou a importância da Ufal, como aliada, na luta pela Reforma Agrária e aproveitou para enaltecer o apoio e compromisso da atual gestão com o projeto a partir das suas áreas de atuação: ensino, pesquisa e extensão, que segundo ela devem estar a serviço dos trabalhadores.

Estiveram presentes à mesa de debates a pró-reitora de extensão Joelma Albuquerque e a coordenadora dos programas e projetos de extensão, Maria Betânia Brito. Participam ainda a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Movimento Social Liberdade Terra e Trabalho. Mais informações sobre a jornada universitária no link.