André Ferro - estudante de Jornalismo e Diana Monteiro - jornalista

A Universidade Federal de Alagoas sedia o segundo e último dia do 10º Congresso de Engenharia, Ciência e Tecnologia (Conecte). O evento é realizado numa parceria entre o Programa Especial em Capacitação Discente (PEC) e o Centro de Tecnologia (Ctec) da Universidade Federal de Alagoas.

Na tarde desta sexta-feira (29), estudantes dos cursos do Ctec mostram os resultados das pesquisas que realizam. Entre eles, Maurício de Gois Gomes que apresenta a produção sobre Avaliação do uso e a contaminação das águas subterrâneas por cloreto em Aquíferos Urbanos, e a estudante Taynah Machado que fez um comparativo entre o BRT (ônibus) e o VLT (trem urbano) como possíveis opções para o transporte público da cidade de Maceió.

Ainda sobre as questões ambientais, o trabalho do estudante Nataniel Domício é intitulado O paradigma do descarte de resíduos nos centros urbanos. A estudante Geiza Thamirys Correia fez uma análise de risco e estudo de vulnerabilidade para os recursos hídricos subterrâneos na Bacia do Tabuleiro dos Martins, em Maceió, com perigo de contaminação por nitrato.

Sobre o primeiro dia do evento

Durante a abertura, que contou com a participação da reitora Valéria Correia, a aluna do curso de Engenharia Química Jéssica Rocha fez a apresentação do PEC, oportunidade em que foi feita homenagem aos coordenadores do citado Programa. Foram homenageados os seguintes professores: William Wagner Lira (fundador); Waine Santos de Assis; Carlos Roberto Fragoso Junior; Eduardo Toledo de Lima Junior; Carlos de Oliveira Pimentel; e a atual coordenadora Karoline Alves de Melo.

Na palestra de abertura o professor Cícero Péricles de Carvalho enfocou o surgimento do Nordeste e seus aspectos históricos, econômicos e sociais em sua evolução do crescimento com a oligarquia dominante na condução de todo o processo. Segundo o professor, a região nem sempre existiu e sim o Norte e o Sul do Brasil e ela foi criada a partir do momento em que o eixo dinâmico desce e muda a então capital Salvador, para o Rio de Janeiro.

“Quem criou o Nordeste foi o Rio de Janeiro e o surgimento da região, pela classe dominante (oligarquias), é fruto de uma construção política. Um dos elementos motivador foi a descoberta do semi-árido mas não houve para o surgimento, discussão das relações sociais”, enfatizou Cícero Péricles contextualizando a divisão do Brasil, em 1789, e a Proclamação da República, em 1889 ao fazer uma breve retrospectiva histórica.

Cícero Péricles destacou que o Nordeste nasceu realmente no auge da ditadura, em 1970 e pela realidade geográfica citou a implantação de órgãos, como Sudene, Dnocs, Codevasf e Chesf, para alavancar o desenvolvimento da região, mas cita então paradoxo existente nessa realidade: “A economia passa a crescer, mas passa a empobrecer a população e faz cair o índice de desenvolvimento humano (idh)”, diz. Enfatizou também, a importância dos programas sociais, assim como a efetivação de empregos formais, o funcionamento da saúde básica, a diminuição do analfabetismo e o acesso ao ensino superior, dentre outras ações efetivas para a mudança na vida no Nordeste.

Entre as áreas contempladas pelo Conecte em 2016 estão: Recursos Hídricos e Engenharia Hidráulica; Tratamento de Águas de Abastecimento e Residuárias e Saneamento Ambiental; Construção Civil, Materiais e Componentes de Construção; Estruturas e Geotecnia; Modelagem Computacional; Síntese de Materiais e Processos de Separação; Processos Biotecnológicos, Ciência Tecnologia dos Alimentos; Petróleo, Gás e Biocombustíveis; Ensino e Extensão em Engenharia. Mais informações no site do Conecte.