Estudantes da Ufal ocupam Reitoria por tempo indeterminado

Mais de cem estudantes participam da ocupação

25/10/2016 21h05 - Atualizado em 26/10/2016 às 10h56
Gestão reafirmou compromisso de não criminalizar o movimento estudantil

Gestão reafirmou compromisso de não criminalizar o movimento estudantil

Mércia Pimentel - jornalista

Mais de cem estudantes do Campus A. C. Simões acabam de ocupar o gabinete da reitoria da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) por tempo indeterminado. Com esta iniciativa eles se juntam às mais de mil instituições de ensino que resistem à Proposta de Emenda Constitucional 241 a partir da ocupação por movimentos estudantis organizados.

Em nota publicada no final da tarde de hoje (25), a reitora Maria Valéria Correia já havia manifestado posicionamento da gestão contra a referida PEC. Assim que o gabinete foi ocupado, ela se dirigiu aos alunos reafirmando o compromisso de não criminalizar o movimento estudantil e se colocando à disposição para discutir a situação financeira da universidade. Por meio de uma negociação pacífica, retirou-se do gabinete e designou representantes da administração central da instituição para fazerem a interlocução com os alunos. 

Correia fez uma análise geral sobre os impactos da PEC nos serviços públicos e reforçou que a medida terá um forte rebatimento na precarização das universidades, uma vez que o contingente anunciado girará em torno de 6,74% das verbas. "Trata-se de uma afronta aos direitos sociais duramente conquistados pela população brasileira, por isso muito nos preocupa esses ataques catastróficos à educação pública", frisou.  

A deliberação do movimento estudantil do campus da Ufal em Maceió ocorreu após assembleia realizada na tarde de hoje. Lysanne Ferro e Rafaela Maria, estudantes do curso de Comunicação Social, explicaram que se trata de um movimento independente e que a intenção do coletivo é somar forças junto às outras instituições de ensino brasileiras em defesa da educação pública. 

André Albuquerque, que é estudante do curso de Direito, disse que, diferente dos movimentos que decidiram por ocupar outros espaços do campus, este se destaca por ser o prédio da reitoria representativo do poder central da universidade. "Nosso objetivo é colocar o movimento estudantil como foco de resistência e criar um comando para articulação nacional, para então definir quais serão as próximas estratégias a serem adotadas", salientou  

Além do gabinete da reitoria, as sedes dos campi do Sertão e Arapiraca e a unidade de Palmeira dos Índios encontram-se ocupados.