Luiz Mott participa de 7º Encontro Nacional de História na Bienal de Alagoas

Ativista LGBT, Mott abriu sua fala comemorando a prisão dos assassinos do vereador Renildo

28/11/2015 15h13 - Atualizado em 29/11/2015 às 15h13
Luiz Mott participa de 7º Encontro Nacional de História na Bienal de Alagoas

Luiz Mott participa de 7º Encontro Nacional de História na Bienal de Alagoas

Graça Carvalho - jornalista colaboradora com fotos de Aline Lima

Jaraguá - O cientista social, antropólogo, historiador e pesquisador Luiz Mott, um dos mais conhecidos ativistas brasileiros em favor dos direitos humanos e defensor intransigente dos direitos civis da comunidade Lésbica, Gay, Bissexuais, Travestis/Transexuais (LGBT), esteve na Bienal Internacional do Livro de Alagoas, a convite dos organizadores do 7º Encontro Nacional de História da Universidade Federal de Alagoas.

Mott veio à Bienal falar sobre A inquisição em Alagoas: suas fontes na era digital, mas, como não poderia deixar de ser, por sua militância e compromisso com a causa LGBT, iniciou sua palestra comemorando a notícia da recente prisão dos autores do assassinato do vereador Renildo José dos Santos, do município alagoano de Coqueiro Seco [o fazendeiro José Renato de Oliveira e Silva, do oficial militar Luiz Marcelo Falcão, e do ex-PM Paulo Jorge de Lima].

“Gay assumido, o vereador Renildo teve morte anunciada e foi assassinado com requintes de crueldade por aqueles a quem teve coragem de afrontar na sua atividade política”, lembrou. Durante 22 anos, Mott acompanhou de perto o caso, reforçando a luta de militantes do movimento LGBT a exemplo do então presidente do Grupo Gay de Alagoas (GGAL), Marcelo Nascimento, e do advogado e militante de direitos humanos, Pedro Montenegro, ambos presentes à palestra do professor Mott, juntamente com outros ativistas.

Movimento LGBT: Evolução positiva

Mott avaliou de forma positiva a evolução do  movimento LGBT, que, segundo ele, no Brasil, teve origem na década de 70 e, em Alagoas, há mais de 20 anos, tendo seu surgido com o GGAL. Para o ativista, embora não sejam marchas políticas, as Paradas do Orgulho Gay (que, no Brasil, tiveram início no final da década de noventa, em São Paulo e hoje  em diversos estados brasileiros, inclusive em Alagoas) têm ajudado a dar visibilidade às conquistas civis do movimento.

“As paradas também são um espaço de iniciação para muitos jovens que, pela primeira vez, têm ali a coragem de andar publicamente de mãos dadas com seu companheiro ou companheira. Apesar de não ser marcha política, têm conotação política que é uma política do corpo  e da liberdade, como também de denúncia  contra a homofobia, pois o Brasil é o campeão mundial de assassinatos de homossexuais”, destacou Mott, durante entrevista à imprensa, ao final da palestra.