Encontro de Cinema Alagoano está na programação do Festival de Cinema Universitário

O evento reúne professores e profissionais de cinema de várias partes do Brasil

19/10/2015 11h26
O professor Cláudio Manoel participa dos Diálogos Audiovisuais

O professor Cláudio Manoel participa dos Diálogos Audiovisuais

Jhonathan Pino - jornalista 

Entre os dias 3 e 7 de novembro, diversos eventos ocorrerão durante o Festival de Cinema Universitário de Alagoas. Além das mostras de cinema – Competitiva, Sururu, Nacional, Infantil, Ambiental e de Filmes de Caxias do Sul – haverá o 5º Encontro de Cinema Alagoano, no qual os interessados poderão participar de forma gratuita de minicurso, workshops, apresentação de trabalhos acadêmicos e diálogos com quem faz e entende de sétima arte. 

Na quarta-feira, 4, quem inicia o ciclo de diálogos são a professora Tide Borges, do Curso de Cinema, da Faculdade de Comunicação e Marketing da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), e o professor Cláudio Manoel Duarte, docente do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (Cecult) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Os dois estarão reunidos no Centro Extensão Universitária, em Penedo, durante a atividade Diálogos Audiovisuais, a partir das 13h30. 

Tide aproveitará sua experiência em filmes como “Os Amigos”, de Lia Chamie (2014), Ausência, de Chico Teixeira, e do episódio “O primeiro Dia”, da série Os Experientes, direção geral de Fernando Meirelles (2015), para passar suas noções sobre a Criação de uma escuta audiovisual. 

A construção do som no cinema é composta pela somatória de diversas camadas sonoras e pelo estabelecimento de uma hierarquia entre elas, assim como nossa percepção auditiva. O cinema busca, através da sua sonorização, uma equiparação com a escuta humana. Quando criamos uma trilha sonora para uma obra audiovisual, estamos criando uma escuta”, adianta a docente. 

Cláudio Manoel comentará os Videoclipes como cartografia musical. No mesmo local, relatará a experiência de sua produção audiovisual no mapeamento de artistas da região do Recôncavo Baiano. Ele irá abordar os processos de pré, produção e pós-produção, envolvendo desde o planejamento, a partir da elaboração de projetos executivos, às estratégias de difusão dos produtos em redes sociais virtuais e canais web de audiovisual. 

Ele utilizará o Projeto Videoclipes no Recôncavo, para explanar todos esses processos. O projeto foi desenvolvido por alunos do Curso de Cinema e Audiovisual da UFRB durante quatro semestres. Além da palestra sobre o projeto, haverá mostra de alguns dos videoclipes. “O projeto buscou, enquanto mapeamento de obras dos músicos, cantores e grupos musicais, incrementar a difusão/divulgação desses artistas, com a circulação de seus videoclipes em redes digitais, além de exercitar na produção e na direção experimentos estéticos, do ponto de vista da narrativa, frente as inúmeras possibilidades como a bricolagem, a ficção, a animação, o mushup e a documentação”, explica Cláudio Manoel. 

Esses vídeos já circularam por canais do Youtube e Vimeo e participaram de mostras em cidades onde a UFRB atua, na Bahia, em João Pessoa, Paraíba, como também em países como Argentina, Alemanha e Uganda. Parte desse conteúdo se encontra disponível na página do projeto. 

No segundo dia, 5, ainda no mesmo horário, 14h, nos Diálogos audiovisuais, estarão Ninho Morais, conversando sobre Os dilemas do documentário: quantidade x qualidade. Como encontrar e desenvolver seu nicho de mercado, e Carollini Assis, abordando o Roteiro no documentário contemporâneo. 

Carollini é especialista em Roteiros para Tv e Cinema, pela Unijorge. No dia, ela fará um bate-papo sobre olhares e reflexões acerca da prática documental e do processo de criação narrativa, dos métodos de organização, formatação e formas de planejamento estrutural em documentários brasileiros. 

Ninho é pesquisador e crítico de Cinema. Na ocasião, ele levará a discussão entre filmes de ficção e não-Ficção no século XX. “Agora, todos vivemos em busca de novos formatos que transcrevam a nossa realidade, da mesma maneira que infinitas formas de captação foram criadas num curto período de tempo histórico da humanidade. As etapas de veiculação foram geradas simultaneamente e voltamos todos ao mesmo dilema: Quem somos? Para onde vamos? Com quem nos comunicamos? Existe uma linguagem universal? Falamos a mesma língua? Quantos sotaques existem no audiovisual? É com esta perspectiva que podemos discutir e dialogar sobre a realidade do documentário”, introduz o pesquisador. 

Minicurso com Tairone Feitosa e workshops, com Ramon Coutinho e Ernani Viana 

O minicurso de Roteiro, com Tairone Feitosa, acontece durante três dias, entre 3 e 5 de novembro, no Centro de Cultura e Extensão Universitária. Ele é um roteirista alagoano com mais de 50 anos de carreira, iniciada em Recife. Além do cinema, o atual morador de Delmiro Gouveia tem passagens também pelo circo, teatro, rádio e o cinema. Ele trabalhou no roteiro de filmes, como Luzia homem, Ele, o boto, O Homem da Capa Preta e Veneno da madrugada tem sua assinatura. A atividade acontece sempre das 8h às 12h. 

No mesmo dia e horário, Ramon Coutinho, do Coletivo Urgente de Audiovisual (Cual), fará o workshop de Produção e Distribuição de filmes de baixo custo. No dia, ele irá propor reflexões e práticas para realização audiovisual, buscando apresentar modelos e possibilidades para produções de baixíssimo custo, baseadas na coletividade, além de noções sobre novos modos de exibição e distribuição. 

No sábado, 7, será a vez de Ernani Viana, promover um workshop do Financiarte: considerações sobre cinema e vídeo. Ele irá compartilhar suas experiências como membro da Comissão de Avaliação Seleção e Fiscalização do Financiarte, expondo o contexto atual do financiamento público nacional para a cultura e para as artes. 

O convidado ainda fará uma breve introdução ao tema, iniciando o raciocínio dos participantes para as particularidades de Alagoas. Antes, ele irá descrever o cenário econômico e cultural existente na cidade de Caxias do Sul, tendo como finalidade a percepção de como estas influências caracterizam o Financiarte, além de expor a forma como o edital é construído ano após ano e como a Secretaria Municipal de Caxias do Sul se relaciona com os setores interessados das Artes Visuais, Cinema e Vídeo Artesanato, Literatura, Música e Teatro. 

Todas as atividades são gratuitas e as inscrições podem ser realizadas no local, meia hora antes.