Recursos emergenciais viabilizam retorno das atividades no HU

Pacientes passarão por triagem até que os serviços sejam normalizados

29/09/2015 19h08 - Atualizado em 29/09/2015 às 20h00
Audiência no MPF, com a procuradora Roberta Bonfim (Foto: Ailton Cruz/Gazeta)

Audiência no MPF, com a procuradora Roberta Bonfim (Foto: Ailton Cruz/Gazeta)

Manuella Soares – jornalista com informações da Ascom/HU

Um recurso emergencial liberado pelo Ministério da Educação (MEC) vai garantir o restabelecimento de alguns serviços no Hospital Universitário. Já a partir desta quarta-feira, 30, os pacientes encaminhados para tratamento no setor de oncologia do HU passarão por uma triagem para receber atendimento. A atividade havia sido suspensa na semana passada, junto com procedimentos em outras áreas, por causa do desabastecimento de medicamentos e material médico-cirúrgico no hospital.

O reitor da Universidade Federal de Alagoas, Eurico Lôbo, intermediou a conversa com o MEC, junto com a gestão da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), para pedir recursos para o HU. O Ministério liberou R$ 2,7 milhões, em caráter emergencial, que serão destinados ao pagamento imediato de compras necessárias para abastecer o estoque e viabilizar o retorno das atividades assistenciais e de ensino.

O suporte financeiro é suficiente para garantir o estoque de insumos e medicamentos até dezembro deste ano, segundo o gerente-administrativo Duílio Marsíglia, que espera que os fornecedores consigam abastecer o HU em até 20 dias. Esse prazo é também para que os gestores definam a retomada dos procedimentos cirúrgicos. Já após a triagem, as atividades de internamento nas clínicas pediátrica e médica, na UTI Geral e das consultas no Ambulatório de Hematologia voltarão ao normal. À medida que os serviços forem restabelecidos, os pacientes serão convocados.

A situação do HU

Numa audiência realizada na última segunda-feira, 28, no Ministério Público Federal, os gestores da Ufal e da Ebserh e a secretária de Saúde de Maceió, Sylvana Medeiros, discutiram uma solução imediata para os problemas do HU. A liberação do recurso do MEC no valor de R$ 2,7 milhões foi anunciada para promover as condições de restabelecimento das atividades.

A crise de desabastecimento de medicamentos, insumos e material médico-cirúrgico no HU vem sendo registrada desde o início do ano, levando a superintendência a adotar uma série de providências na tentativa de reverter o quadro enquanto aguardava o repasse de recursos do Rehuf pelo Ministério da Saúde. Empréstimos e trocas de produtos com outras unidades no Estado, além dos contatos com o governo federal para liberação de recursos, estiveram entre as ações desenvolvidas.

Segundo o gerente de Atenção à Saúde, Sebastião Praxedes, o problema foi gerado, principalmente, pela não descentralização dos recursos financeiros do Rehuf pelo Ministério da Saúde. Ele explica que não foram repassadas ao HU nenhuma parcela do programa, cuja totalidade é no valor R$ 1,2 milhão, neste segundo semestre. Esses recursos seriam destinados ao pagamento de fornecedores.

Disse ainda que o Ministério também deixou de publicar a nova contratualização dos serviços do HU com o Município de Maceió, resultando numa perda de mais de R$ 750 mil por mês. Além disso, o hospital também vem sendo penalizado com a falta de orçamento para aquisição dos produtos.