Projeto da Ufal apresenta resultados na Escola Onélia Campelo

Alunos passaram por aulas para o desenvolvimento de práticas nas áreas de geologia e meio ambiente

11/09/2015 18h10 - Atualizado em 23/09/2015 às 15h18
Regla Toujaguez conta com a colaboração de Josilaine Santina, João da Hora, Taís dos Santos e Luciana dos Santos para realizar atividades na escola do Santos Dumont

Regla Toujaguez conta com a colaboração de Josilaine Santina, João da Hora, Taís dos Santos e Luciana dos Santos para realizar atividades na escola do Santos Dumont

Jhonathan Pino - jornalista

O projeto Geociências, do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), desenvolvido pela Universidade Federal de Alagoas, realizou nesta sexta-feira, 11, uma exposição com os alunos da Escola Estadual Onélia Campelo, no Bairro do Santos Dumont, vizinha do Campus A.C. Simões, em Maceió. À disposição dos visitantes estavam maquetes, simulando o conteúdo aprendido sobre a geologia, além de objetos produzidos a partir de materiais recicláveis. As experiências foram estimuladas por discentes do curso de Geografia da Ufal, após três meses de ensino em duas turmas do 9º ano daquela unidade educacional.

Josilaine Santina, integrante do Pibid, relatou que já vem acompanhando a trajetória desses alunos desde que eles estavam no 7º ano do Ensino Fundamental, quando participava de um projeto do Programa de Ações Interdisciplinares (Painter) da Ufal. “A gente trabalhou com eles durante três meses com o conteúdo geológico e a questão socioambiental, de como reutilizar o material e reciclar. Como futura docente, a experiência é riquíssima, porque você trabalhar com 45 alunos numa turma na rede estadual não é fácil e você trabalhar com as práticas e os materiais é muito mais difícil porque os recursos são escassos na escola”, disse Josilaine.

Ela relata que a experiência é enriquecedora tanto para os alunos das escolas, quanto para os da Ufal, pois possibilita aos discentes de licenciatura o contato com a futura área profissional, além da aplicação de metodologias inovadoras aprendidas na Universidade. “Com o passar do tempo, já são dois anos de atuação, eu fui adquirindo mais experiências de como lidar com as situações diversas na escola e observei o crescimento dos alunos no processo de conhecimento. Os alunos se tornaram mais responsáveis e, agora, fazem alguma coisa além das pesquisas solicitadas”, detalhou.

O projeto Interdisciplinar de Maceió Geociências tem a coordenação da professora Regla Toujaguez, no entanto, Luciana dos Santos, na Onélia Campelo, escola agraciada com o projeto, é a responsável pela intermediação entre professores do quadro da unidade estadual e os bolsistas Pibid. Luciana relata que vem acompanhando as atividades do Pibid e do Painter na escola há três anos e já notou evoluções.

Há 10 anos atuando na escola, Luciana disse que a inserção da Ufal provocou a renovação da prática do ensino e a dinamização das aulas em sua instituição. “Antes, na minha época de formação, a gente tinha um distanciamento com a escola, com a formação básica do aluno. Hoje, com o Pibid, a gente vê uma aproximação maior. É uma forma de abrir o horizonte dos professores no contato com jovens pesquisadores. Para mim, como professora, é uma troca; eu tenho experiência de sala de aula e eles vêm com ideias novas, sempre à base de pesquisa, e tentam passar isso para o aluno”, sustentou.

Mãos na massa

A turma de Jamesson Miguel, Diego Teixeira, Rodrigo Tenório e Gilberto Freire era um exemplo da assimilação do conteúdo visto em sala de aula. Como parte dos trabalhos apresentados pelo 9º ano B, eles levaram imagens dos efeitos da erosão do solo e utilizaram os bairros de Maceió como exemplos de locais onde há deslizamentos nas encostas.

Da mesma turma, Larissa Quitéria, sua xará Larissa Fernandes e as colegas Lays Alessandra e Ariana da Silva mostraram, por meio da maquete de uma casa, os utensílios onde poderiam ser encontradas minerais e rochas, temas discutidos na sala de aula. “A mica, por exemplo, pode ser utilizada na pia e na tintura das casas; o quartzo é usado nos vasos sanitários; o granito em algumas mesas e no piso das casas”, enumerou Quitéria.

Outras equipes levaram peças de roupas, poltronas, bolsas femininas produzidas com materiais reutilizados e debateram o conceito dos quatro Rs do meio ambiente: repensar, reduzir, reutilizar e reciclar. O discurso em comum era que todo mundo poderia viver melhor se os recursos naturais fossem pensados com base nessas quatro etapas.

A exposição recebeu a visita de outros dois professores da Ufal, Ana Barandela, da Faculdade de Letras (Fale), e Gonzalo Ábio, do Centro de Educação (Cedu). Eles acompanharam os resultados na Onélia Campelo.

Atuação multidisciplinar

Ana Barandela também faz parte do mesmo projeto do Pibid, como colaboradora, no entanto, sua ênfase é no estímulo à leitura dos alunos no Colégio Tavares Bastos, localizado no Bairro do Farol. A atividade, desenvolvida com outros alunos de Pedagogia da Ufal, foi reconhecida pela Editora Paulinas como um daquelas que melhor atendem ao objetivo de incentivo à leitura no Estado de Alagoas.

“A dificuldade da leitura na escola em geral e até na Universidade, ela existe. Mas também você não pode dar um livro complexo, como a obra Cem anos de solidão, de García Marquez, e pensar que, com isso, o aluno vá ter amor pela leitura. Leitura são estratégias, são habilidades que eles vão adquirir. Sou da opinião que serve qualquer leitura, um mangá, uma notícia de jornal e uma pesquisa científica desenvolvida nesse projeto, qualquer leitura serve”, sustentou a docente da Fale.

É possível acompanhar as atividades do projeto na Fanpage Pibid E.E. Onélia Campelo. A Ufal também atua na Onélia Campelo com práticas laborais na área de Química, Ciências, Informática, Matemática e da própria Agronomia, que é responsável pela implantação de uma horta no local.