Jhonathan Pino - jornalista

O meio ambiente ganha cada vez mais importância no cenário mundial, e não é só entre ecologistas e biólogos que a preocupação está crescendo. Atualmente acadêmicos das mais diferentes áreas vêm chamando a atenção para a necessidade do uso racional dos recursos naturais. Como o problema é cotidiano e está presente em todas as esferas da sociedade, as instituições também estão pensando em formas de diminuir o impacto de suas ações sobre o meio em que atuam e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) não poderia estar de fora disso.

Uma das primeiras iniciativas da instituição nesse sentido foi a criação de um Arboretum, que desde 2002 produz mudas para a arborização dos campi da Ufal e de áreas desmatadas em todo o Estado. O próximo passo será a plantação de craibeiras, ipês (rosa, roxo e amarelo) e pés de angico entre os blocos novos da Faculdade de Letras (Fale). Elas foram escolhidas porque além de serem aptas ao solo da região, crescem rápido. Conforme a coordenadora do equipamento, Flávia Barros, o ato acontecerá dia 12 e tem a intenção de amenizar o calor naquele espaço. E, ainda nos próximos meses, o Centro de Interesse Comunitário (CIC) passará pelo mesmo processo de plantação de mudas. “Ainda estamos definindo o dia, mas provavelmente será em junho ou julho. Estamos falando com a Edufal para promover uma ação conjunta”, disse Flávia.

Não são raras as vezes que a docente do Instituto de Ciências Biológicas e Saúde (ICBS) é chamada a colaborar com projetos para melhoria dos espaços no campus da Ufal. No momento, Flávia está analisando espécimes para a criação de um projeto-piloto de cercas vivas que deverão cobrir os muros da Universidade. Esta cerca será atrelada a um espaço próprio para caminhadas e à prática de ciclismo dentro do Campus A.C. Simões, em Maceió. O projeto visa não só qualificar os espaços, como dar maior segurança ao campus com a criação de uma barreira natural para impedir a depredação do muro que circunda a Universidade. Para pensá-lo, Flávia, mais uma vez, contará com a equipe da professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Regina Coeli, na realização do projeto paisagístico.

De acordo com Coeli, o projeto foi estimulado pela vice-reitora Rachel Rocha. “Essa atividade está sendo planejada coletivamente, articulando saberes. Minha participação está sendo no estudo preliminar paisagístico arbóreo que envolverá a área das salas de aula do ICS [Instituto de Ciências Sociais] e o muro adjacente às mesmas e o edifico da Fale, como área piloto. A professora Flávia Barros está indicando e cedendo as mudas das árvores e palmeiras, assim como coordenará o plantio das mesmas. A professora Nélia [Callado] da Sinfra [Superintendência de Infraestrutura], dará o suporte necessário à execução dessa atividade”, relatou.

Atuação em várias vertentes

Além de auxiliar na limpeza dos terrenos e preparação para o plantio das mudas, a Sinfra vem atuando em várias frentes para diminuir o impacto das ações da Universidade sobre o meio ambiente. A criação de uma Divisão de Meio Ambiente (DMA), no ano passado, foi uma das formas de reunir essas ações. O setor é responsável por fiscalizar alguns contratos de limpeza, conservação, desinsetização e recolhimento de resíduos contaminados. Também estão em planejamento a oferta de serviço de jardinagem e paisagismo, cujo processo de licitação está em andamento.

O chefe da Divisão, Márcio Jamerson, relata os primeiros avanços. “Focamos nos esforços de operacionalizar o serviço de recolhimento de resíduos contaminados. Serviço que há muito tempo era requerido na Ufal. Com ele, os laboratórios e outras unidades que geram resíduos contaminados poderão dar um fim a esses materiais de forma correta e sustentável”, disse.

Jamerson ainda lembra que já foi iniciada a distribuição das bombonas para as unidades requisitantes, onde estas descartarão os resíduos para que possam ser recolhidos periodicamente por uma empresa contratada, para posterior incineração.

Outra iniciativa ainda em planejamento é a elaboração e a implementação do Plano de Logística Sustentável (PLS). “Já existe uma comissão que foi formada para elaborar a política ambiental da Universidade; a mesma também será responsável por debater, elaborar e, posteriormente, implementar o PLS. Após a implantação desse plano, virão ações que contribuirão para uma gestão eficiente e sustentável no âmbito da nossa Ufal”, acrescentou Jamerson.

Uso racional de água e energia elétrica

Outra medida de sensibilização da comunidade para a causa ambiental é a campanha Pense Consciente, iniciada pela gestão da Universidade em abril deste ano com o intuito de difundir o uso racional da água e de energia elétrica. A Assessoria de Comunicação (Ascom), responsável pela elaboração da campanha, atua em várias frentes para apresentar dicas de consumo consciente. Além de outdoor, foram disponibilizadas proteção de tela dos computadores dos setores ligados à rede Samba Maceió, banners nos portais e posts nas redes oficiais da instituição com mensagens de alerta para evitar o desperdício dos recursos naturais.

Também foram colocados cartazes nos murais e adesivos próximos aos interruptores das salas, com a mensagem “apague a luz ao sair da sala” e nos espelhos dos banheiros, voltados ao uso racional de água, com a frase “feche a torneira ao escovar os dentes ou ensaboar as mãos”. As ações envolvem os três campi e suas unidades de ensino.   

O reitor Eurico Lôbo defende que além de cortes nos gastos, os benefícios dessas ações são inúmeros e busca despertar as pessoas para a importância de se preservar nossos bens naturais.  “Sabemos que o processo é lento, mas estaremos sempre trazendo informações de interesse geral e não só no que diz respeito à Ufal. O cidadão é consciente em suas ações pessoais, em sua casa, no seu ciclo de amizades e da família, e, com certeza, trará essa experiência colaborando com as boas práticas na nossa Universidade”, completou.

Além de peças publicitárias, a Ufal também elaborou um manual de consumo consciente de água e energia elétrica, disponível no portal, no link Agência Ufal. Elaborada pela Ascom, a publicação traz dicas e informações úteis para serem adotadas na Universidade, mas que a comunidade acadêmica também pode levar para casa e para os grupos dos quais faz parte.