Especialistas da área de saúde debatem sobre sexualidade da pessoa com deficiência

Mesa-redonda foi ministrada pelo professor Jorge Luís Riscado, da Faculdade de Medicina da Ufal

20/06/2015 17h08

Eduardo Lira - estudante de Relações Públicas

Durante o encontro que aconteceu na manhã de sexta-feira (19), a falta de preparo dos profissionais da saúde em lidar com questões acerca da sexualidade de pessoas com deficiência física e mental foi o ponto central do debate sobre o tema. A discussão teve à frente a sexóloga Maria Helena Quintella Brandão, convidada pelo professor Jorge Luís Riscado, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas.

O assunto é entendido pelos palestrantes como necessário para a quebra de tabus existentes na sociedade, que acabam chegando até a formação dos profissionais de saúde. A maioria dos universitários ingressa na faculdade com pouco entendimento sobre questões ligadas a sua própria sexualidade. De acordo com a palestrante Rafaella Brandão, odontóloga formada pela Ufal, os profissionais chegam no mercado de trabalho sem a educação apropriada para o atendimento de pessoas com deficiência físicas e mentais.

Segundo a pesquisa realizada pela odontóloga, que visou analisar a realidade da formação dos graduandos de medicina, enfermagem e odontologia, foi constatado que os estudantes não se sentiam preparados para tratar da sexualidade dos pacientes sem limitações físicas e mentais, e mais ainda daqueles com necessidades especiais.

De acordo com o professor Riscado, o desconforto deve ser suprimido pela coragem e respeito a esses pacientes, que geralmente tem sua sexualidade ignorada nos consultórios médicos.  Esses pacientes são enviados até lá por escolas que não estão preparadas para reagir a determinados comportamentos sexuais naturais de qualquer ser humano.

Como solução para a carência na graduação, a estudante de Medicina pela Ufal, Elisângela Corrêa, sugeriu que as instituições passassem a incluir os estudos sobre sexualidade como disciplinas eletivas, já que a carga horária do currículo acadêmico ainda se encontra bastante inflexível.

Os palestrantes concluíram o debate com os pontos a serem trabalhados para o desenvolvimento e melhoria da educação da sexualidade nos consultórios médicos. Entre eles, a promoção de atitudes que prezem pelo respeito e convívio às diferenças, deixando claro que há espaço para tirar dúvidas e o fornecimento de informações claras e objetivas sobre comportamentos sexuais adequados.