Rosiane Martins – estudante de jornalismo 

Na última quinta-feira, 15, a Faculdade de Direito (FDA) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) promoveu a exibição do documentário Sem Pena e debate sobre o filme para discutir o atual cenário do sistema penitenciário brasileiro. O evento foi organizado pelo Coletivo “Pra Fazer Direito”, formado por estudantes do curso de Direito. 

O debate contou com a presença do professor e advogado criminalista Welton Roberto e Francisco de Assis França, membro da Coordenação de Acompanhamento do Sistema Carcerário (Coasc) da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). 

O documentário foi eleito o melhor do Festival de Cinema de Brasília e vem passando em universidades de diversos estados brasileiros. “Conversamos com a produção do filme e eles liberaram para exibirmos aqui na Ufal; nosso objetivo é suscitar o debate que, muitas vezes, não acontece fora dos muros da universidade, o problema é invisível aos olhos do sistema Penal só funciona na ideologia”, diz o aluno João Sampaio, estudante do 5º período de Direito. 

Durante a discussão, Welton Roberto destacou que o debate é a essência da Academia e falou do conceito deturpado da democracia e de seu trabalho como membro da Coordenação de Acompanhamento do Sistema Carcerário do Conselho o Federal da Ordem dos Advogados brasileiros (OAB). Já França Junior falou sobre a maioridade penal. “Acho um absurdo quem quer reduzir a idade num sistema carcerário que temos. É desumano, uma ignorância completa, uma violência absurda”, destacou. 

Wilson também falou sobre o assunto. “Concordo com França. Visite uma casa de internos, é um mito essa ideia de que menor não é punido. Menos de 1% dos crimes no Brasil são feitos por menores. Nada justifica a violência que o estado pratica contra quem faz crime. É preciso parar de ser maniqueísta, temos que olhar para o outro e compreender o ser humano, quem dá pancada recebe pancada”, ressalta Wilson. 

Sobre o documentário 

O documentário intitulado Sem Pena fala sobre o rápido crescimento da população carcerária no Brasil, que já é a terceira maior do mundo. O filme também mostra problemas do sistema de justiça do País, demonstrando como a morosidade e o preconceito contribuem para ampliar a violência. Além da Ufal, o filme também será exibido em universidades como a Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense, no Rio de Janeiro, e a Pontifícia Universidade Católica do Paraná.