Simoneide Araújo – jornalista

Além do anúncio de 40 novas vagas para Medicina já no próximo semestre letivo, sendo dez para Maceió e 30 para Arapiraca, a Universidade Federal de Alagoas implanta mais uma ação afirmativa. A novidade é o Critério de Inclusão Regional, uma espécie de bônus destinado a candidatos que cursaram integralmente o ensino médio em escolas públicas ou particulares do interior do Estado.

Já para o próximo semestre letivo, haverá um acréscimo de 10% na nota final do Enem 2014 para os candidatos ao curso de Medicina no Campus Arapiraca, que residem naquela região. “Só estamos nos referindo ao curso de Medicina porque é o único que ofertará vagas para o semestre 2015.2”, afirmou Amaruri Barros, pró-reitor de Graduação.

Essa ação afirmativa foi aprovada pelo Conselho Universitário, pela Resolução 22/2015, que estabelece o critério de inclusão regional de acesso para candidatos aos cursos de graduação ofertados pela Ufal nos campi do interior. A resolução atende ao Programa de Expansão do Ensino Médico do governo federal.

Das 40 novas vagas abertas para Medicina na Ufal, dez são para o Campus A.C. Simões, aumentando para 50 as vagas em Maceió, e 30 são para o Campus Arapiraca. As 10 vagas para capital serão preenchidas com os candidatos da lista de espera do primeiro Sisu de 2015 – os que, inclusive, já entregaram a documentação na última chamada. Desse total, seis vagas vão para ampla concorrência e quatro, para cotas.

Para concorrer às 30 vagas de Arapiraca, os candidatos, que participaram do Enem 2014 e atendem aos critérios de inclusão regional previstos na Resolução 22/2015 - Consuni, devem se inscrever na segunda edição do Sisu 2015, cujas inscrições começam no próximo mês de junho. Desse total, 18 vagas serão destinadas à ampla concorrência e 12, reserva de vagas, em atendimento a Lei de Cotas.

O pró-reitor Amauri Barros recomenda aos candidatos mais atenção para a nova Política Afirmativa (Ação 27 do Sisu) da Ufal, porque eles têm de manifestar interesse no ato da inscrição no Sisu. “Nesta segunda edição do Sisu 2015 teremos esse bônus apenas para Medicina de Arapiraca, uma vez que nos demais cursos ofertados no interior todas as vagas já foram preenchidas no início deste ano, no primeiro Sisu”, explicou.

Segundo Amauri, a partir de 2016 esse bônus será para todos os cursos ofertados no interior, tanto do Campus Arapiraca e suas unidades de ensino como o Campus do Sertão e a Unidade de Santana do Ipanema. “Para fazer jus a esse bônus, os candidatos selecionados precisam comprovar no ato da matricula (ver os próximos editais da Copeve) que cursaram integralmente o ensino médio em qualquer um dos municípios da região do Sertão e do Agreste alagoanos, de Penedo ou serrana dos Quilombos”, ressaltou.

Ao todo, são quase 70 municípios do interior de Alagoas, que estão relacionados na Resolução do Consuni. “Os candidatos que optarem por esse bônus de inclusão regional não terão direito a concorrer pela Lei de Cotas.  Dessa forma, para os cursos ofertados no interior de Alagoas, além da ampla concorrência e Lei de Cotas, teremos mais um grupo de candidatos na disputa pelas vagas do Sisu. Mas é necessário atentar para a comprovação no ato da matricula: se as informações prestadas na inscrição do Sisu não forem comprovadas, o candidato perde a vaga”, revelou Amauri Barros.

O pró-reitor destaca que a criação do curso de Medicina em Arapiraca e a aprovação do Critério de Inclusão Regional representam conquistas para a população do interior de Alagoas. “Tudo isso é fruto de grande esforço e trabalho articulado entre a gestão superior da Ufal e as direções dos campi do interior. Foi uma luta de quase dois anos pela aprovação desse curso e teve um desfecho excelente após a última visita in loco da comissão de especialistas da Sesu [Secretaria de Educação Superior] do MEC, para autorização de Medicina em Arapiraca, no feriado de 1º de maio”, disse.

Amauri comemora a autorização do curso e destaca a importância para a comunidade alagoana. “Também destacamos o aspecto inovador com a implantação de Medicina em Arapiraca, onde faremos uso de Metodologias Ativas (currículo PBL – metodologia da aprendizagem baseada em problema). Para isso, teremos docente e técnicos em permanentes processos de capacitação, visando ao planejamento e à execução das atividades acadêmicas nesse desafiador modelo de ensino/aprendizagem”, concluiu.