Reitores avaliam situação das universidades com corte de recursos determinado pelo Governo Federal

Andifes enviou circular aos reitores sobre o assunto

23/02/2015 17h36 - Atualizado em 26/02/2015 às 19h14
Reitor Eurico Lôbo garante concluir as obras que estão em andamento nos três campi

Reitor Eurico Lôbo garante concluir as obras que estão em andamento nos três campi

Lenilda Luna – jornalista

As Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) já estão sentindo os reflexos do ajuste fiscal que provocou uma redução de verbas para o custeio das Universidades. Na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o reitor Eurico Lôbo vem reunindo diretores de unidades acadêmicas, pró-reitores e gestores para pedir a atenção de todos para a necessidade de reduzir gastos, tratando de redução de diárias, medidas para economizar o consumo de energia, entre outras ações. "Apesar da redução no orçamento, vamos concluir as obras que estão em andamento nos três campi, para oferecer uma melhor estrutura e qualidade de ensino para os nossos alunos", garantiu o reitor. 

Na última sexta-feira (20), a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) enviou comunicação circular para todos os reitores, afirmando que está acompanhando a situação das Universidades e mantendo o diálogo com o Governo para que a redução no orçamento não comprometa atividades fundamentais como o pagamento de bolsas para os estudantes.

Segundo a circular, o orçamento de 2015 deve ser aprovado pelo Congresso Nacional, mas o decreto Decreto 8.389/15 publicado pelo Governo bloqueia provisoriamente parte das dotações orçamentárias. Por outro lado, a Medida Provisória 667/15 concede crédito extraordinário para gastos de até R$ 74 bilhões em investimentos (obras). 

A circular da Andifes destaca que esse corte veio em um momento de expansão das Universidades, o que torna a situação ainda mais delicada para os gestores. "A situação anômala da economia brasileira parece pesar mais fortemente para as Universidades Federais que passaram, nos últimos 12 anos, por um processo de forte expansão, crescimento orçamentário e resguardadas de qualquer tipo de contingenciamento ou cortes", destaca a nota.

O processo de expansão permitiu, além do início de várias obras de infraestrutura, a contratação de pessoal docentes e técnico administrativo. "Novos campi foram criados, um grande número de servidores técnico-administrativos e docentes foram contratados, aumentou-se em mais de 500.000 o número de estudantes matriculados e, mais importante, as Universidades Federais aprimoraram a excelência nas suas atividades de ensino, pesquisa e extensão", ressalta a nota.

Na Ufal, foram criados os campi de Arapiraca (2006) e do Sertão (2010). Para este ano, já foi iniciada a obra do novo complexo poliesportivo e do prédio do curso de Medicina em Arapiraca. Além disso, novos concursados estão sendo empossados. A comunidade universitária, que já contava com 25 mil alunos, 1.550 docentes e 1.680 técnicos administrativos, até o ano passado, não para de crescer.

O reitor Eurico Lôbo está em contato permanente com a Andifes e o Governo Federal para avaliar o andamento das medidas orçamentárias, buscando equilibrar a situação para que as ações da Universidade Federal de Alagoas possam continuar, apesar do período restritivo. "Vamos acompanhar a situação e participar das reuniões convocadas pela Andifes", informa o reitor.

Leia em anexo a circular da Andifes.

Veja no link reportagem do Bom Dia Brasil desta segunda-feira, 23, sobre a situação nas Universidades.