Palestra no Dia do Biólogo abre 29ª Semana de Biologia

Palestrante João Batista Calixto falou sobre a carreira acadêmica e empreendedorismo

03/09/2014 19h17 - Atualizado em 03/09/2014 às 19h44
O pró-reitor de graduação, Amauri Barros, representou o reitor Eurico Lôbo na solenidade de abertura

O pró-reitor de graduação, Amauri Barros, representou o reitor Eurico Lôbo na solenidade de abertura

Diana Monteiro – jornalista

Preparar o aluno da graduação para o mundo do empreendedorismo em consonância com as exigências do desenvolvimento no mercado atual foi o foco da palestra do professor João Batista Calixto, durante a abertura da 29ª Semana de Biologia, nesta terça- feira, dia 3, comemorado o Dia do Biólogo. A abertura teve como local o auditório Nabuco Lopes, na Reitoria, transcorre até a sexta-feira, dia 5 e o evento é promovido pelo Instituto de  Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS) da Universidade Federal de Alagoas.

Durante a palestra Algumas reflexões sobre a carreira acadêmica e empreendedorismo, o professor João Calixto informou que, atualmente, existem no Brasil cinco mil programas de pós-graduação, mas há a falta de prioridades e de profissionais em áreas estratégicas para o desenvolvimento do país, a exemplo das ciências agrárias. “Enquanto faltam pessoas em algumas áreas, em outras sobram recursos humanos. Hoje, há uma necessidade de biólogos nas empresas de Biotecnologia”, informa o professor.

Ele reforça que as universidades brasileiras concentram atualmente o maior número de doutores e mestres, o que é uma boa evolução no que se refere à formação de recursos humanos para a academia e destacou, na oportunidade como marco relevante nesse processo a importância da criação do CNPq, Capes e dos programas de iniciação científicas, fundos setoriais, dentre outros.  Porém, critica dizendo que a universidade ainda continua distanciada do desenvolvimento atual impulsionado pela inovação tecnológica, diferentemente de outras nações como é o caso da China, Israel, Coreia e Rússia, que estão em franco crescimento.

Para ele, as instituições do país estão em nicho muito fechado e o sucesso de outras universidades estrangeiras se dá pelo entrosamento que têm com a transformação do desenvolvimento econômico. “As universidades continuam formando o estudante para ser empregador e não empreendedor, porque trazemos dentro de nós o medo de risco. Há uma massa enorme de doutores, atualmente 12 mil, e essa explosão termina enfrentando o problema do desemprego, porque esses profissionais precisam ser absorvidos também pela indústria”, frisa o pesquisador.

Sobre o palestrante

João Calixto é graduado em Biologia, doutor em farmacologia, professor titular dessa área na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), pesquisador nível 1ª do CNPq, membro da Academia Brasileira de Ciências, dentre outros títulos. Ele possui cerca de 400 trabalhos científicos em áreas como farmacologia geral, farmacologia da dor, inflamação e em princípios ativos de plantas publicados em revistas especializadas de nível internacional.

Há mais de 20 anos, desenvolve, em parceria, com as principais indústrias farmacêuticas nacionais e internacionais. Possui 24 patentes no Brasil e no exterior (solicitadas e aprovadas) e participou do desenvolvimento de três produtos que estão atualmente no mercado, entre eles o Chronos e Sintocalmy, respectivamente das Indústrias Natura e Aché. Outros quatro produtos estão em desenvolvimento clínico no Centro de Inovação, em Santa Catarina, que está sob a sua coordenação. “Existe uma diferença enorme entre ciência como vocação e ciência como carreira. A ciência não tem pátria, mas o cientista tem”, destacou João Calixto.

Evento continua

A 29ª Semana de Biologia, que transcorre no ICBS até esta sexta-feira, 5, tem, este ano, coordenação do professor Marcelo Duzzioni. A semana é considerada um evento científico para a troca de experiência, conhecimento e aprendizado direcionado aos alunos das áreas das ciências e da saúde.