Estudantes e tutores de Ciências Sociais falam da experiência EAD

São cerca de 200 alunos nos polos de Maceió, Arapiraca, Maragogi e Olho D’água das Flores

18/09/2014 16h23
Helder Pereira é pedagogo e decidiu investir em Ciências Sociais

Helder Pereira é pedagogo e decidiu investir em Ciências Sociais

Ascom Cied

O curso de Ciências Sociais, na modalidade a distância, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), tem atraído cada vez mais pessoas. São aproximadamente 200 estudantes matriculados nos polos da Univerdade Aberta do Brasil (UAB/Ufal) em Maceió, Arapiraca, Maragogi e Olho D’água das Flores.

Um deles é o jornalista Marcus Toledo. Ele é formado em Comunicação Social há 20 anos pela Ufal e está no quarto período de Ciências Sociais EAD. Segundo ele, o interesse pela área se deu pela chance de fazer um curso a distância, pois não tinha condições de fazer uma nova graduação presencial devido ao trabalho e outros compromissos.

Para ele, a dificuldade encontrada se refere à postagem de conteúdos por causa, ainda, dos problemas do sinal de internet no Brasil. Marcus revela que o ensino EAD quebra um mito, já que muitos acham que a modalidade é mais simples, mais fácil. “E não é. Tem atividades constantes. Eu gosto muito dessa metodologia”.

Marcus afirma que a EAD é uma revolução no ensino superior no País: “Os cursos oferecidos pela UAB/Ufal para quem mora no Sertão, por exemplo, que não tem condições de fazer o curso presencial em Maceió, por causa do acesso e outras dificuldades, são muito importantes. É a revolução do ensino universitário. Vai mudar o perfil e o acesso dos cursos superiores de graduação no Brasil”.

Helder dos Santos Pereira é aluno do segundo período do polo de Arapiraca, formado em Pedagogia pela Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) e atua como professor das redes pública e privada. A experiência dele revela que, apesar de estar no início do curso, a diferença do quanto a modalidade a distância, ao contrário do que as pessoas falam, exige muito mais do aluno do que a presencial. “No término do primeiro período foi exigido mais de mim do que em dois anos na faculdade do curso presencial”, revelou.

Ele relatou ainda que as exigências são quanto à aprendizagem, como a fixação dos conteúdos, a metodologia de ensino e elaboração de trabalhos científicos. “Foi muito diferente da primeira graduação”.

Com a carga de trabalho e morando em Arapiraca, Helder não teria condições de obter a licenciatura em Ciências Sociais no curso presencial, porque não teria como ir diariamente para Maceió.

Para ele, na modalidade a distância é possível elaborar o próprio tempo de estudo, mantendo horários fixos para se dedicar as disciplinas ofertadas naquele módulo. Helder diz que muitos alunos têm dificuldade quanto aos conteúdos ofertados na plataforma por se tratar de uma área do conhecimento que exige muita dedicação para o estudo. “Quem já tem experiência como eu, por já ter cursado uma faculdade, acaba ressignificando os conteúdos. Para quem cursa pela primeira vez a experiência é mais difícil porque é o primeiro contato com as ciências sociais”.

Por isso, ele acha que a tutoria precisa ser aprimorada com avaliações, já que é a ponte necessária entre os alunos e os professores. “O acesso ao tutor precisa ser rápido e a interação na plataforma também. Mas isso já melhorou muito”.

Trabalho e Estudo

Laís da Silva Oliveira também é aluna do terceiro período no polo de Arapiraca. Ela optou pela graduação a distância porque tem mais facilidade para adequar os estudos ao horário de trabalho numa empresa privada. Ela é operadora de caixa numa loja em Arapiraca, onde reside. “Fiz o curso porque pretendo dar aulas de sociologia no ensino médio”.

José Henrique dos Santos é tutor presencial no polo Maceió há pouco mais de um ano. Ele iniciou o trabalho três meses depois que o curso foi oferecido na modalidade a distância. Henrique, como gosta de ser chamado, fez graduação em Ciências Sociais na Ufal, modalidade presencial. Já trabalhou como educador social na Pastoral da Terra e também é professor da rede pública de ensino estadual.

O trabalho de Henrique é desenvolvido no polo Maceió, que funciona no Campus A.C. Simões da Ufal. Na sala foram instalados os computadores e é lá, no laboratório de informática, que os alunos interagem com os tutores presenciais. “O aluno vai para o polo obter assistência em qualquer uma das disciplinas. Os encontros com a turma acontecem no polo de acordo com a agenda dos estudantes”, diz Henrique.

A tutora presencial Lucineide Cássia dos Santos realiza o trabalho de assistência aos alunos no polo de Arapiraca. Os encontros são realizados no campus da Ufal daquele município. “As dúvidas sobre o conteúdo específico de cada disciplina são tiradas com o tutor a distância. A tutoria presencial organiza o ambiente de estudo, dificuldades no estudo, de comunicação. É o vínculo mais próximo entre os alunos”, destacou.