Caiite 2014 discute o trabalho do tutor no curso de Geografia

Encontro teve o objetivo de refletir sobre o trabalho de tutoria no ambiente virtual de aprendizagem

24/08/2014 17h23 - Atualizado em 24/08/2014 às 17h24
Fórum no Caiite discute o trabalho do tutor no curso de Geografia

Fórum no Caiite discute o trabalho do tutor no curso de Geografia

Ascom Cied

Cerca de 30 participantes estiveram presentes no 1º Fórum de Tutores dos Cursos de Geografia Licenciatura e Especialização EaD no Ensino da Geografia, realizado na manhã do último sábado, 23, durante o 2º Congresso Acadêmico Integrado de Inovação e Tecnologia (Caiite 2014). O encontro teve o objetivo de refletir sobre o trabalho de tutoria no ambiente virtual de aprendizagem e abordou questões sobre habilidades, competências e iniciativas na construção do conhecimento.

Os palestrantes discorreram sobre temas relativos ao papel do tutor na educação a distância: uma prática em construção; e o trabalho do tutor no curso de licenciatura em Geografia na modalidade a distância: dificuldade, possibilidades e desafios. Também foram feitos relatos de experiências de trabalho em busca de novos caminhos frente ao silêncio virtual, bem como a elaboração das metas a serem alcançadas para aprimoramento da relação professor-tutor-aluno.

Segundo a professora Gilcileide Rodrigues da Silva, o fórum se transformou num espaço de discussão e acompanhamento dos assuntos ligados aos trabalhos desenvolvidos na licenciatura em Geografia, bem como as dificuldades e a própria interação entre os tutores, professores e estudantes. Ela é coordenadora do curso de Especialização do Ensino de Geografia EAD, cuja primeira turma começa no dia 27 de setembro e vai contar com o trabalho de dez tutores.

Para a professora Jacqueline Praxedes de Almeida, coordenadora de tutoria e vice-diretora do curso de Geografia, o encontro se transformou num momento de interação e troca de saberes, na medida em que foi possível aprimorar os trabalhos a partir do conhecimento do fazer do outro. “Esses tipos de discussões são importantes não só para os participantes do fórum, mas também para os outros públicos da educação EaD ou presencial”, salientou.

A mestranda em Educação, Liliane Cristina, mediou o fórum no período da manhã. Ela falou sobre os desafios dos tutores no contexto dos cursos de Geografia EAD, licenciatura e especialização; a nova profissão que não é regulamentada no Brasil e quem é o tutor e quais são as relações com o professor efetivo e como enfrentar as fragilidades do cibertrabalho.

Pedagogia em pauta

Na sequência, ocorreu a palestra da professora e coordenadora do curso de Pedagogia EaD, Elza Maria da Silva, que abordou o percurso histórico da implantação da EaD na Universidade Federal de Alagoas, cujo planejamento começou em 1996 e as atividades iniciaram dois anos depois, em 1998.

A professora falou ainda sobre as dificuldades enfrentadas durante a implantação do curso, que visto sob a ótica atual, pode ser classificado como um curso semipresencial. Ela contou que a criação foi realizada através de um convênio com 64 municípios, num período em que as tecnologias que se dispunham na época eram o telefone, os correios e o material impresso.

Segundo ela, a primeira turma EaD foi formada em 2003. A partir de 2005, as aulas foram ofertadas em polos de Maceió e nas cidades de Piranhas, Viçosa, São José da Laje e Penedo. Para a professora, os desafios quanto ao uso da tecnologia digital ainda são obstáculos em Alagoas, já que existem alunos que moram em povoados da zona rural do Sertão do Estado que não possuem rede de energia elétrica ou internet banda larga.

Relatos da prática

Diante desses desafios, o tutor Jeanderson Arcelino da Silva, acredita que o fórum pode ser um mecanismo para melhorar a qualidade do trabalho e convivência entre alunos, tutores e professores. Para ele, manter esse contato é importante para a relação ensino-aprendizagem. O ensino a distância, segundo ele, é um dos meios de democratizar o conhecimento. “Estou há um mês e meio e para mim o principal desafio é fazer com que o aluno acredite no curso e possa ser estimulado a participar de todas as atividades até o fim da graduação”, disse ele, que atua pela prmeira vez como tutor.

A tutora da graduação, Márcia Roseane de Melo, trabalha há cinco meses na função. Ela possui três habilitações em tutoria, com formação pela Ufal, Senac e Secretaria da Fazenda. “Tenho uma bagagem teórica muito boa e agora, com a prática, espero contribuir para o aprendizado dos alunos EaD”, disse a tutora, que pensa em realizar seu trabalho respeitando a diversidade, os vários níveis de formação dos alunos e as diferenças territoriais e geográficas em que eles estão inseridos. “São várias áreas geográficas, vários níveis de informação, vários territórios. É preciso saber lidar e respeitar todas essas diversidades e trabalhar o processo de inclusão”.

O professor Ricardo Santos de Almeida acompanha a implantação do curso de Geografia EaD, desde o início, em setembro de 2013. Para ele, o fórum possibilitou a discussão de alguns problemas, como a sobrecarga de atividades do estudo. “Por isso, o encontro nos possibilita achar os meios para motivar os alunos a partir dos trabalhos dos professores e tutores, a importância da prática presencial e o suporte tecnológico adequado à relação ensino-aprendizagem”.

A tutora a distância da graduação, Lenilda Inácio dos Santos, há cinco meses na atividade, disse que o fórum pode contribuir para desconstruir o mito de que o aluno EaD não leva os estudos tão a sério quanto o aluno presencial. “Este espaço de discussão possibilita a valorização da instituição e do aluno”. Já a tutora presencial da especialização, Elisandra Rodrigues, está ansiosa para começar os trabalhos, já que a primeira turma do curso de especialização no ensino de geografia tem início em setembro. “É um desafio profissional, já que é o primeiro curso e vai agregar conhecimentos e possibilitar o meu aperfeiçoamento”, concluiu.