Ufal sedia Encontro Regional de Biblioteconomia

Dois seminários vão tratar das bibliotecas públicas e escolares e da ética do profissional bibliotecário

25/07/2014 12h30 - Atualizado em 14/08/2014 às 10h26
A professora Rosaline Mota é a coordenadora da comissão organizadora

A professora Rosaline Mota é a coordenadora da comissão organizadora

Pedro Barros - estudante de jornalismo

Na primeira semana de agosto, de 5 a 8, o Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB) espera reunir bibliotecários de todo o nordeste para discutir a situação das bibliotecas públicas e escolares e o código de ética dessa profissão. O encontro deve acontecer no auditório da Reitoria da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), no Campus A. C. Simões, em Maceió, durante o Seminário Regional em Bibliotecas Escolares e Públicas e o Seminário Regional de Ética Profissional.
O evento faz parte do Plano de Ação do CFB para 2014, que programou quatro seminários regionais e um nacional, que deve acontecer em Brasília, contemplando a região Centro-Oeste. Os dois seminários vão ocorrer integrados, sendo os dias 6 e 7 dedicados às bibliotecas escolares e públicas e o dia 8 voltado às discussões éticas. A abertura ocorrerá na noite do dia 5, com a presença da coordenadora do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, bibliotecária Elisa Machado, e do coordenador do Programa Nacional do Livro e da Leitura, José Castilho, além de autoridades locais.
Bibliotecas escolares e públicas

Um dos assuntos debatidos quanto às bibliotecas escolares é a Lei 12.244. Promulgada em maio de 2010, a norma estabelece que todas as instituições de ensino, públicas e privadas de todos os sistemas de ensino do País, deverão contar com bibliotecas. "Essa lei deve ser cumprida até 2020, mas já estamos em 2014 e essa realidade ainda está longe. O Brasil precisa correr contra o tempo para efetivá-la", explicou a coordenadora da comissão organizadora, professora Rosaline Mota. 
Segundo a professora, para atingir essa meta, é preciso ampliar uma série de fatores, tais como investimentos, capacitação e contratações para dar conta dessa demanda. "Não temos profissionais suficientes formados em biblioteconomia, mas temos necessidade de que esses espaços existam. Mesmo sem o curso superior, outras pessoas podem ser capacitadas para trabalhar neles, mas sempre com a supervisão de um bibliotecário", salientou.

Coordenadores de cursos de biblioteconomia de todo o nordeste foram convidados para tratar da formação dos profissionais para atuar nessa área. "A maioria dos cursos não têm disciplinas focadas nas bibliotecas públicas e escolares e, com a promulgação da Lei 12.244, faz-se necessário a mudança das grades curriculares e inserção de disciplinas mais voltadas para isso", explicou.
A situação dos sistemas de bibliotecas públicas e escolares do nordeste, como os de Alagoas e da Bahia, serão apresentados durante o evento. "Muitos dos nossos problemas de natureza educacional se devem à falta de recursos e equipamentos informacionais, que possibilitam o acesso ao conhecimento. Nesse quesito, a biblioteca é um equipamento social importantíssimo", disse a professora.
O projeto Biblioencanta, criado pela professora Adriana Lourenço, da Ufal, será apresentado como um exemplo bem sucedido de incentivo à leitura. "Esse projeto, realizado junto a escolas, hospitais e penitenciárias, tem recebido uma enorme aceitação social, encantando muitas crianças e transformando-as em leitoras", afirmou.
Ética do profissional bibliotecário

No dia 8, a palestra do professor Walter Matias Lima, do Centro de Educação da Ufal irá tratar sobre ética profissional na contemporaneidade. No mesmo dia, o bibliotecário Cristian Santos vai tratar da prática bibliotecária cidadã e lançará o livro Devotos e devassos
Durante o seminário de ética, o professor Raimundo Martins, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), irá apresentar o Código de Ética dos Bibliotecários. "Esse será um momento de acolher sugestões dos participantes, repensar coletivamente o que é esse código profissional, o que ele não dá mais conta, pois já não é mais abarcado na contemporaneidade, e em que ele pode avançar", explicou Rosaline.

A organização oferece 200 vagas gratuitas. Para mais informações e realização da inscrição, acesse aqui.