Riscos cardiovasculares serão avaliados entre adolescentes de Maceió

O projeto nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro será aplicado em 32 escolas com apoio da Ufal

07/05/2014 18h55 - Atualizado em 14/08/2014 às 10h27
Professora Sandra Vasconcelos [da esquerda para a direita] recebe pesquisadoras da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professora Sandra Vasconcelos [da esquerda para a direita] recebe pesquisadoras da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Manuella Soares - jornalista

Uma equipe multidisciplinar da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) está em Maceió para implantação de um projeto nacional intitulado “Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes – Erica”. A Ufal é parceira no projeto e está apoiando a atual fase de seleção das equipes que atuarão na coleta de dados em 32 escolas da cidade.

A última etapa da seleção é um treinamento realizado pela equipe da UFRJ até a próxima sexta-feira, 9, na Faculdade de Nutrição (Fanut) onde serão definidas as funções de cada um e as estratégias de atuação e abordagem aos adolescentes, professores e pais dos alunos. O projeto tem como objetivo realizar um inquérito nacional para conhecer a frequência e magnitude de problemas de saúde como obesidade, diabetes, hipertensão e outros fatores de risco cardiovascular em adolescentes.

Hoje, o número de adolescentes obesos é muito alto e a gente sabe que a obesidade também leva a outros fatores. Vamos verificar colesterol, glicemia, pressão arterial, problemas que antes só apareciam em adultos, mas, já existem em adolescentes. Precisamos saber qual é realmente o tamanho desses problemas no Brasil e por diferentes regiões para poder gerar políticas públicas de saúde”, comentou Lura Barufaldi, da UFRJ. 

No estado de Alagoas, 20 escolas estaduais, 4 municipais e 8 particulares foram contempladas para receber o Erica, todas na capital. O estudo solicitado pelo Ministério da Saúde é focado em adolescentes de 12 a 17 anos que compreendem os alunos do 7º ao 9º ano do ensino fundamental e do 1° ao 3° ano do ensino médio. Apenas os estudantes autorizados pelos pais serão submetidos aos exames e um questionário socioeconômico. 

A Ufal é uma parceira, estamos muito satisfeitos com essa interlocução. Pra gente é um aprendizado enorme ter a oportunidade de participar de um estudo dessa relevância e de estar colaborando com o núcleo [do Rio de Janeiro]. Os alunos serão instigados a se envolver no mundo da pesquisa”, ressaltou a professora Sandra Vasconcelos, coordenadora regional.

Como vai funcionar

Cada equipe será composta por sete pessoas e ficará responsável por coletar os dados em oito escolas. Haverá um supervisor de escola, que fará os primeiros contatos com os diretores das instituições e o agendamento da visita dos pesquisadores. Já o supervisor de campo será acompanhado pelos outros cinco membros da equipe em todos os locais selecionados.

Depois da autorização, por escrito, dos pais dos alunos, os pesquisadores vão aplicar questionários com apoio de uma ferramenta cedida pelo IBGE e realizar os exames. A previsão é concluir todo o estudo até o final de agosto. A professora da Fanut que coordena o estudo em Alagoas destaca a importância do apoio das escolas e dos responsáveis pelos alunos para a implantação satisfatória do projeto. “É importante que as pessoas que vamos estudar nos recebam bem e compreendam a proposta do projeto para levarmos as respostas ao Ministério da Saúde e pensarmos em políticas públicas de controle e, principalmente, prevenção”, salientou Sandra Vasconcelos.

Ao todo serão mais de 75 mil pessoas entrevistadas em todo o Brasil, nos 273 municípios contemplados com mais de 100 mil habitantes. A amostra terá representatividade regional e nacional. A coordenação geral do projeto está sob a responsabilidade do professor Moyses Szklo e a coordenadora executiva é a professora Katia Vergetti.

Para conhecer mais sobre o estudo basta acessar o site do Erica.