Campus do Sertão realiza projeto com enfoque na mulher alagoana

A iniciativa é do curso de História com atividades semanais, às terças e quintas

07/03/2014 10h46 - Atualizado em 14/08/2014 às 10h28

Diana Monteiro - jornalista

Em desenvolvimento no Campus do Sertão o projeto de pesquisa e extensão “Ser/tão alagoana: História, memórias e esquecimentos”, que tem como objetivo central discutir as histórias das mulheres de Alagoas situando-se em uma temporalidade que se estende do século XIX, especificamente de 1817, marcado pelo processo de Emancipação de Alagoas, até os dias atuais. São enfocados no projeto temas das relações de trabalho, as relações de gênero, sexualidades, memórias sobre as diferentes construções das subjetividades femininas nos grupos e mulheres alvos do estudo.

As ações do projeto se realizam semanalmente, às terças e quintas - feiras, a partir das 14 horas, tiveram início em maio de 2013 e contam com uma equipe de cinco professores de diferentes áreas, como colaboradores, e treze alunos, destes, dois bolsistas, além de voluntários.

Atualmente estão entre as pesquisadas, mulheres quilombolas do município de Água Branca e a médica Nise da Silveira. No campo da política uma das atividades do projeto foi a participação da professora e vereadora por Maceió Heloísa Helena que proferiu palestra sobre “Mulher e Política: conversações com Heloísa Helena”.

A coordenadora Vanuza Souza Silva complementa que o projeto é aberto à comunidade em geral e já foram alvos da pesquisa os municípios de Penedo, Piranhas e Arapiraca: “Em Penedo foi feita pesquisa nos arquivos da cidade e nos patrimônios materiais; e em Piranhas, no Museu do Cangaço no qual se institui não apenas a história da famosa cangaceira Maria Bonita, mas de outras mulheres que foram do cangaço. Em Arapiraca, a equipe atuou especificamente no Memorial da mulher Ceci Cunha para realizar pesquisa sobre as mulheres que o citado museu seleciona para fazer assim o que o projeto propõe, que é fazer a história das mulheres em Alagoas”, destaca a coordenadora.

Vanuza reforça e diz que já na primeira etapa do estudo estão evidenciados os silêncios historiográficos sobre as mulheres em Alagoas e complementa: “Faz-se necessário e urgente pesquisas que busquem romper com esses silêncios, não apenas sobre as mulheres, como também sobre negros, homossexuais, indígenas, ciganos e outras minorias que ainda habitam os silêncios da história”, diz. Concluindo a coordenadora enfatiza: “Fazemos um convite para os interessados da academia, da comunidade em geral para integrarem este projeto acadêmico e de vida”.