Bibliotecário: a missão de organizar e difundir informação

O profissional também é fundamental para orientar a organizar dados

09/03/2012 12h50 - Atualizado em 14/08/2014 às 10h34
Gestores da Biblioteca Central

Gestores da Biblioteca Central

Lenilda Luna - jornalista

Esqueça a figura da senhora de aspecto severo que pede silêncio numa sala de leitura. Este estereótipo está ultrapassado. Numa época em que o acesso à informação está plenamente difundido, e que não é preciso sair de casa para acessar eletronicamente o conteúdo de bibliotecas em todo o mundo, a missão do bibliotecário é mais ampla e dinâmica e está relacionada à organização, indexação e difusão de conteúdos.

Elias Barbosa, diretor do Sistema de Bibliotecas da Ufal (Sibi), ressalta a paixão pela leitura e a disposição para ser um agente de informação como duas premissas fundamentais para um bom profissional da área. “É preciso gostar de ler e de organizar as informações. A partir daí, o bibliotecário pode escolher se prefere atender ao público, organizar bancos de dados ou se dedicar às pesquisas. O ambiente de trabalho também não se limita às bibliotecas, pois o profissional pode atuar em qualquer lugar que gerencie um banco de dados”, informa o Elias.

O bacharel em Ciência da Informação, com habilitação em Biblioteconomia, formou-se pela Universidade Federal de Alagoas, em 2003. No ano seguinte, foi aprovado no concurso público realizado pela Ufal, no cargo de bibliotecário. Elias atuou durante dois anos na coordenação da divisão de tratamento técnico da Biblioteca Central (BC), depois acabou assumindo a Gerência de Serviços Gerais da Superintendência de Infraestrutura por três anos e meio, e agora está de volta à BC, no cargo de diretor. “Estou de volta ao meu setor de origem, com mais experiência como administrador e com uma visão muito mais clara da estrutura da Universidade”, destaca.

Segundo Elias Barbosa, que também é presidente da Associação Alagoana dos Profissionais em Biblioteconomia, a profissão está sendo consolidada no Estado, com a inserção de mais profissionais no mercado de trabalho. “Temos 170 bibliotecários regulamentados em Alagoas, a maioria formada pela Ufal, que estão atuando em bibliotecas escolares e das universidades”, relata o bibliotecário.

Campo de atuação

Os bibliotecários têm um campo de atuação amplo. Podem atuar nas bibliotecas tradicionais, catalogando e organizando livros, mas também podem lidar com acervos digitalizados, alimentar bancos de dados eletrônicos, gerenciar bibliotecas especializadas e acessíveis para portadores de algum tipo de deficiência, orientar as referências bibliográficas para pesquisas e produção de teses, entre outras atividades.

Segundo Elias Barbosa, algumas conquistas da categoria vão ampliar ainda mais o mercado de trabalho para esses profissionais. “Temos a lei 12.224, de maio 2010, estabelecendo que todas as escolas públicas devem ter bibliotecas, com a orientação de um bibliotecário. O prazo para adequação é bastante extenso, até 2020, mas já é um avanço importante”, destaca o bibliotecário.

Sistema de Bibliotecas da Ufal

A Biblioteca Central foi organizada em 1976, para dar suporte bibliográfico aos cursos oferecidos pela Ufal. No ano seguinte, a Universidade já possuía 15 bibliotecas distribuídas no campus. Mas foi em 1989, que o Sistema de Bibliotecas da Ufal (Sibi) foi criado, por meio de resolução aprovada no Conselho Universitário (Consuni).

Em 3 de abril de 1990,  foi inaugurado o prédio onde funciona a Biblioteca Central atualmente. Esse foi um marco importante, porque a estrutura mais adequada estimulou os estudantes a utilizarem o local como polo de intercâmbio científico, cultural e social. A biblioteca se tornou referência para pesquisas individuais e coletivas, debates, reuniões e exposições. “A biblioteca deve ser assim, um ambiente dinâmico, onde o estudo e o compartilhamento de informações são incentivados”, ressalta Elias.

Atualmente, o Sistema de Bibliotecas da Ufal é composto pela Biblioteca Central, pelo órgão colegiado e sete bibliotecas setoriais. Algumas mudanças foram feitas durante o período de férias para que os trabalhos fossem retomados num ambiente mais arejado e iluminado. Outra prioridade do novo diretor é ampliar a informatização dos serviços. Até o fim deste semestre, os empréstimos devem ser automatizados. “Com os  empréstimos on-line vamos abolir a quantidade de cartões de papel acumulados na recepção”, planeja o diretor do Sibi.

Dia do Bibliotecário

O dia do Bibliotecário no Brasil comemora-se em 12 de março, homenageando o nascimento de Manuel Bastos Tigre, em 1882, que foi jornalista, poeta e redator publicitário. Apesar de ser uma profissão tão antiga quanto o surgimento da língua escrita, a regulamentação nacional deste ofício aconteceu em 1962, com a publicação da lei federal 4.084.

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